Resgate histórico: restauro do Grande Hotel de Pelotas
Um dos símbolos remanescentes do opulento passado pelotense começa a ser projetado para mesclar história, ensino e serviço. Traços e detalhes do imponente prédio do Grande Hotel de Pelotas, cartão postal do Centro Histórico do município, entram em fase de restauro interno com a possibilidade de retomar a função para qual foi inaugurado em 1928: a hotelaria. Mas as intenções vão além. A Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (STE) trabalha para a instalação de um Hotel Escola, no espaço.
As obras de reciclagem do interior do Grande Hotel foram contratadas pela prefeitura no final de julho, por meio de projeto aprovado pelo Ministério da Cultura e Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN – Programa Monumenta) e Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), já estão em execução desde o último dia 3 com a instalação da empresa responsável pelo restauro. Distribuídas em duas fases, a construção histórica terá telhado, instalações elétricas e hidrossanitárias e ambientes totalmente recuperados.
Ocupação
A idéia projetada recentemente pela prefeitura é de que a edificação possa ter todo o seu requinte arquitetônico preservado e sendo utilizado pela sua vocação original. “Entendemos que Pelotas pode se tornar referência na área de formação de mão-de-obra especializada na região sul e nada mais plausível do que agregar este potencial à prática, num ambiente histórico e construído com tal propósito”, avalia o secretário adjunto de Turismo de Pelotas, Fábio Castro Neves.
No ano passado, o projeto teve o aval do Ministério do Turismo e compromisso do repasse de R$ 400 mil para reestruturação interna que se somaria aos R$ 1,5 milhão destinados ao atual restauro. Apenas a segunda receita chegou até agora.
Desde o lançamento da proposta, diversas foram as manifestações de interesse pela instalação do espaço de ensino, no prédio. Entre elas a do Centro Superior de Hotelaria e Turismo de Valência, durante visita de representantes dae a prefeitura e entidades públicas e privas, na Espanha, em 2007. A proposta é a implantar uma escola profissionalizante do ramo hoteleiro, agregando gastronomia, cultura, economia e capacitação. “A idéia é que manter viva a essência da edificação, utilizando-a como um grande laboratório”, resumiu, projetando: “conforme o andamento das obras retomaremos os contatos já feitos e encaminharemos os procedimentos para seleção pública da instituições interessadas”.
De acordo com a planta de restauro, o prédio tem 3050 metros quadrados passará a contar com três elevadores (dois sociais e um de serviço), sistema de instalações elétricas e hidráulicas com aquecimento através de energia solar auxiliado por GLP, sistema de cisternas para utilização de água da chuva para descargas e circulação por meio de passarelas em todos os andares.
No subsolo ficará a escola; no térreo a recepção, a administração e o restaurante; no primeiro, segundo e terceiro pavimentos ficarão os novos 50 leitos com três suítes e seis unidades para portadores de necessidades especiais.