Como salvar Moçambique é o tema da nova mostra na Frederico Trebbi

Por Divulgação 10-04-2002 | 00:00:00
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   O "Aqui no Brasil sempre se pensa no continente africano pelo seu lado negativo. Trazemos a Pelotas uma mensagem construtiva e positiva da Ilha de Moçambique". Com esta declaração contundente, Carlos Magalhães, curador da mostra, inicia a explicação sobre os documentos e fotografias do acervo em exposição na sala Frederico Trebbi (saguão da Prefeitura) a partir desta segunda-feira (8). A mostra é uma iniciativa do Círculo de Mulheres da Ilha de Moçambique e realizada, em Pelotas, pela Secretaria de Cultura.    O A Ilha de Moçambique, localizada a mais de 150km ao norte da costa de Moçambique, vive em situação degradante há muito tempo. Com cerca de 2,5km de extensão e uma largura máxima de 600m, vivem na Ilha atualmente 18,5 mil habitantes (o que se deve ao grande número de refugiados da guerra civil, que deixaram o continente para procurar abrigo na Ilha). De acordo com o curador da mostra "Como salvar a Ilha de Moçambique", a população vive em situação indigna e o lugar está em ruínas.
   O Quando as primeiras navegações portuguesas chegaram a Ilha (final do século XV), localizada à sudeste do continente africano, reinava ali um sheik árabe chamado Mussa Ben Mbiki - ou Mussal A´l Bik. Fixados no local pouco depois, os portugueses emprestaram à terra sua linguagem e alguns de seus costumes, inclusive a religião, sem, contudo, ocupar o espaço árabe com tranqüilidade. Até os dias de hoje a arquitetura, a culinária, os costumes e a própria religião das duas culturas se chocam na Ilha de Moçambique: de acordo com Magalhães, 90% da população segue os preceitos do Islamismo.    O Hoje independente de Portugal, a população tenta sobreviver ao estrago causado por uma super-população, que vive em situação de quase miséria. Esta pequena ilha do Oceano Índico, possível de ser vista com detalhes em apenas uma foto, encontra-se em ruínas, as quais podem ser vistas nas fotos da mostra. Sobre bancos de corais, a Ilha de Moçambique é tombada pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade desde 1992, abrigando, hoje harmoniosamente, heranças árabes, indianas e portuguesas. O turismo ecológico é hoje um dos únicos meios de subsistência e de se resgatar o interesse mundial pela ilha, rodeada de águas límpidas, de tonalidades diferentes, e ilustrada por um povo cheio de cor e vida, ainda que em situação de pobreza. A estagnação econômica - evidenciada nas fotos em preto e branco - acentuou-se após a independência, em 1975.
   O As fotos, mapas e documentos ficam à mostra na Frederico Trebbi até o próximo sábado (13). O objetivo é mostrar as belezas de um lugar degradado para que a humanidade resgate o que é importante: "Nós também temos cultura e coisas bonitas para mostrar, como vocês o têm", finaliza o curador Carlos Magalhães, que destaca, durante todo o tempo da explicação sobre sua terra natal, que é apenas um simples representante de um grupo de mulheres trabalhadoras de sua ilha. "Sou um indígena da Ilha de Moçambique. Ali nasci, ali cresci, ali vivi".

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