Saúde realiza ações para diminuir a mortalidade infantil
A campanha promovida pela Secretaria Municipal de Saúde para a diminuição da taxa de mortalidade infantil já apresenta resultados. O número de óbitos de crianças menores de um ano diminuiu consideravelmente no município. Em 2005, foram 47 óbitos até o dia 30 de junho. Em 2006, esse número caiu quase pela metade: 25 óbitos foram computados até o dia 10 de junho.
Somente no final do ano é que esses números serão definitivos, mas já é possível perceber um avanço nesse aspecto. A meta é reduzir a mortalidade infantil em 2006 para 15 por mil, sabendo que a marca, no ano passado, foi de 19,2 por mil.
A diretora do serviço de saúde pública, Ana Lúcia Azevedo, afirma que uma das causas desse resultado é o cuidado que as unidades de saúde destinam às gestantes. Existe o chamado “teste rápido”, feito nos postos de saúde, que funciona tal qual os testes de farmácia, para detectar a gravidez. A mulher que está com a menstruação atrasada, ou que desconfia estar grávida, pode procurar as unidades de saúde e fazer o teste. O resultado é instantâneo e possui 98% de eficácia.
Ana Lúcia diz ser muito importante que as mulheres descubram o quanto antes a respectiva gravidez. Quanto mais cedo ela for detectada, menos riscos corre a paciente e também o bebê. Assim que o “teste rápido” é feito e o resultado dá positivo, se inicia a consulta pré-natal e os demais cuidados necessários.
Uma outra vantagem oferecida às gestantes é a requisição diferenciada de exames. Elas recebem requisições de cor diferente dos demais pacientes, e, assim, os laboratórios lhes dão prioridade, agilizando seu atendimento.
Todas essas questões agem em sintonia para que as mulheres tenham um período de gestação mais tranqüilo e sadio. Mas diversos outros fatores são necessários para diminuir ainda mais a mortalidade infantil. Um aspecto muito importante é a informação. É interessante que as mães conheçam alguns procedimentos básicos para com o recém-nascido.
A pesquisadora do Centro de Pesquisa da UFPEL, Alicia Matijasevich, esclareceu alguns pontos referentes a esse assunto. Ela falou sobre a morte súbita de crianças menores de um ano, chamando a atenção para esse aspecto, que ainda representa um grande perigo.
Morte súbita, que ocorre principalmente no primeiro ano de vida do bebê, é quando a criança morre sem nenhuma evidência. É quando crianças normais, que não possuem nenhuma doença grave, morrem sem nenhuma causa aparente detectada na autópsia.
De acordo com Alicia, a morte súbita pode ser evitada de várias formas, mas existem dois cuidados que são mais eficazes nessa luta. A primeira e mais importante maneira de evitar a morte súbita é o cuidado com a posição do neném na hora de dormir. A recomendação dos pediatras é que as mães coloquem as crianças para dormir de barriga para cima. Segundo os dados do Centro de Pesquisa, em Pelotas, somente 20% das crianças de até três meses dormem na posição correta. Alicia alerta que colocar as crianças para dormir de lado não adianta, pois, após um tempo, o bebê se vira para baixo.
A outra medida que deve ser tomada diz respeito à ventilação. O fumo, tanto por parte da mãe, bem como o de qualquer outro familiar no ambiente em que vive o bebê, deve ser evitado.
Essa questão, destaca Alicia, precisa ser levada a sério, pois o número de mortes súbitas de crianças com menos de um ano é muito elevado em Pelotas. Em 2005, a taxa aproximada foi de 222 por 100 mil.