
Prefeitura completa dois meses de zeladoria no Areal Fundos
A Prefeitura completa nesta semana dois meses de operações permanentes de zeladoria no Areal Fundos, desde as imediações da Emef Piratinino de Almeida e Cacimba da Nação, na avenida Domingos de Almeida, contemplando ruas como Capitão Nélson Pereira, avenida Barão de Corrientes, Estrada da Costa e Saint-Hillaire, na Vila da Palha, até a ponte sobre a chamada sanga do Passo Fundo.
A recuperação do sistema de drenagem da região ocupa lugar de protagonismo. Nesses dois meses foram feitos consertos, reparos e instalações em travessias (rede pluvial e cloacal subterrânea), limpeza e desobstrução de canais, correção de escoamento, recolhidas 29 cargas de areia da beira das sarjetas, especialmente na avenida Barão de Corrientes, o que garantiu a ampliação da largura da via em três metros e meio, além de ligações particulares que precisaram ser refeitas.

Retroescavadeira limpa canal na rua Comendador Rafael Mazza, no entroncamento com a avenida Adolpho Fetter. Prefeitura atua há dois meses na recuperação do sistema de drenagem do Areal Fundos (Fotos: Volmer Perez/Secom)
Trabalho não faltou até agora. Não deve faltar tão cedo. Agora, o foco está na desobstrução e substituição das tubulações nas ruas Capitão Nelson Pereira e Comendador Rafael Mazza, em trecho próximo à rótula da avenida Adolfo Fetter. Tudo para facilitar o escoamento até o arroio Pelotas. Não há previsão de conclusão das atividades. Desobstrução que chama.
“Não podemos descansar enquanto não entregarmos um mínimo de qualidade de vida à população, porque neste caso da drenagem, especialmente, a responsabilidade é nossa, é do poder público, nos deparamos com uma estrutura colapsada, nos comprometemos a melhorá-la, e a população espera por isso”, disse Mateus Consen, secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui) - pasta que ocupa a linha de frente das operações concentradas na região.
O marceneiro Ânderson Pereira Rodrigues, 42 anos, todos eles vividos ali, na Capitão Nélson Pereira, na vizinhança de uma indústria de beneficiamento de grãos junto ao arroio Pelotas, diz que nunca viu uma operação como a que está em curso no Areal Fundos. “Era limpeza básica da rua e nada mais”, resume. Ele assegura que já percebe melhoras com as obras de drenagem que começaram há dois meses, sobretudo no escoamento da rede pluvial e cloacal e nas condições de mobilidade. Espera que todo este trabalho deixe como legado uma boa condição de infraestrutura para que não se veja obrigado a caminhar sobre o lodo nos dias de chuva, nem a “colocar os pés na água”. “A gente chega a ficar isolado quando chove muito, de uns anos para cá as condições não melhoraram nem um pouco”, reclama.
Vizinho da Cacimba da Nação, na extremidade da Domingos de Almeida, o comerciante Édson Dutra, dono de uma loja que comercializa ração para animais, diz que a causa principal dos problemas que os moradores do Areal Fundos, como ele, se deparam é justamente o que a Prefeitura está enfrentando: más condições de drenagem. “A água não corre, está tudo entupido, acho mesmo que esta limpeza que a Prefeitura está fazendo aqui na região vai melhorar, espero que sim, tenho esperança”, afirma.
Na Estrada da Costa, a pescadora aposentada Margarida Biel Batista, 63 anos, cinco deles na localidade, lamenta todas as vezes que precisou lidar com água dentro de casa em razão das chuvas. Não foi o que aconteceu depois que a Prefeitura começou a operar na região. “Desde então não vi água nem na rua, muito menos em casa, graças a Deus”, afirma, aliviada. Acredita que este fenômeno tem relação direta com as diversas ações de drenagem que começaram na segunda quinzena de julho. Nesses cinco anos na Estrada da Costa, diz que o que se via por parte do poder público era patrola - de tempos em tempos. “Isso de limpar valeta todo o dia e botar tubulação é a primeira vez, está ótimo.”
Moradores afirmam que as obras trouxeram melhoras à região. Imagens - Volmer Perez/Secom
Assim como Margarida, Paulo César Igansi também gosta da atenção que a comunidade vem recebendo na forma de obras de drenagem. “Reconheço que estão mostrando um bom trabalho, espero que continue, principalmente na drenagem, é o que nos faz falta”, afirma. Segundo ele, foram várias as vezes em que seus clientes sequer conseguiam ter acesso ao seu mini-mercado devido aos alagamentos. “Já se vê melhoras, na última chuvarada a água não subiu, acredito que possa melhorar, boto fé”, diz ele, morador há 40 anos na Vila da Palha.
Projeto encaminhado
Um projeto da Prefeitura, redesenhado pela atual gestão pelo corpo técnico da Secretaria de Urbanismo (Seurb), promete transformar urbanisticamente o Areal Fundos a partir do monumento do Obelisco, na avenida Domingos de Almeida, passa pela avenida Barão de Corrientes, Estrada da Costa e adentra a Vila da Palha. Além de calçamento e ciclofaixas, o projeto prevê pavimentação, intervenções de drenagem e abertura de um ponto de acesso público ao Arroio Pelotas. Os recursos para execução, na ordem de R$ 5,7 milhões, estão disponíveis. Vêm por emenda parlamentar (deputado Daniel Trezciak) e do Ministério do Turismo.
A proposta até já teve direito à audiência pública promovida pela Prefeitura no início de agosto, na Emef Piratinino de Almeida. Os recursos estão disponíveis. O projeto tramita na Caixa Econômica Federal para validação de critérios técnicos. Assim que aprovado, caberá à Prefeitura agilizar o processo de licitação, que espera abrir ainda este ano.