Prefeitura começa a remover sistema quebra-ondas na praia do Laranjal
A Prefeitura, por meio de um trabalho coordenado pela Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), começou na manhã desta terça-feira (23), nas primeiras 24 horas da primavera, a retirar o sistema quebra-ondas na faixa de areia da praia do Laranjal. O serviço que contou com cinco retroescavadeiras, uma escavadeira e um trator teve início pela região do trapiche, no balneário Valverde, com a presença do prefeito Fernando Marroni.
“Neste início de primavera começamos, como era previsto, a retirar a contenção que fizemos para proteger a praia do Laranjal durante o inverno - vamos voltar a apreciar este lindo cenário da maior e mais bela praia da Lagoa dos Patos”, enalteceu o prefeito, que fez questão de acompanhar pessoalmente o início do trabalho.
O prefeito Fernando Marroni conversa com o professor Anderson Bemutti, morador do Laranjal, na manhã desta terça-feira (23), durante o início da operação de remoção do sistema quebra-ondas na faixa de areia da praia (Fotos: Volmer Perez/Secom)
O chefe do Executivo não foi o único a estar presente no começo da retirada do sistema quebra-ondas. A goiana Katana Farias, que vem a Pelotas esporadicamente na companhia do marido Rodrigo Figueroa, pelotense de nascimento, admitiu o estranhamento semana passada, quando se deparou com o extenso monte de areia que a impedia de visualizar as águas da Laguna dos Patos durante a caminhada matinal no calçadão. “Senti falta”, disse. Porém, conpreende: “Foi para evitar outra enchente e deixar a população mais segura.” Com passagem marcada para retornar sábado que vem aos Estados Unidos, onde mora com o esposo, ela diz que não abre mão de retornar ao Laranjal na próxima vinda - com ou sem a elevação na faixa de areia. “Adoro, é muito lindo, para mim [o Laranjal] é um paraíso”, elogia.
“Estava com muita saudade da lagoa”, admitiu o professor Marcos Petersen, ainda surpreso ao ver as máquinas operando na remoção da estrutura. A praia é um dos seus destinos preferidos quando se desloca de bicicleta desde a área central de Pelotas, onde mora. “Venho aqui para ver a lagoa, deve ser por isso que fiquei ausente por uns meses”, especulou.
Retroescavadeiras são vistas operando na faixa de areia da praia do Laranjal na manhã desta terça-feira (23), no início da remoção do sistema que serviu de contenção à possiblidade de aumento do nível da Laguna dos Patos nos meses de inverno
Morador do Laranjal “desde criança”, o também professor Anderson Bemutti não nega que sentiu falta do apelo visual das águas da Laguna dos Patos nesses meses em que o sistema quebra-ondas se manteve instalado para evitar maiores danos em caso de nova inundação. Justamente por isso que sempre se conformou com a existência dele ali, entre o calçadão e a Laguna. “É crucial caminhar no calçadão para olhar a água, mas [o sistema] foi feito para a nossa segurança.”
Águas passadas
A estrutura que serviu de contenção ao risco de alta no nível da Laguna dos Patos foi erguida na primeira quinzena de junho em 22 horas, pouco antes do início do inverno astronômico e logo após a cidade registrar 122 milímetros de chuva em menos de uma semana. Índice ainda maior foi registrado na bacia hidrográfica do rio Jacuí, na região Metropolitana. O temor, à época, era de um fenômeno semelhante à enchente de 2024, quando todo o volume de água em excesso escoou em direção ao estuário, provocando a maior inundação da história de Pelotas. A Prefeitura não estipula prazo para a remoção total do sistema. Conforme o titular da Ssui, Mateus Consen, desta vez, ao contrário de quando foi erguido, não há caráter emergencial para a execução do serviço. Conforme boletim emitido pelo Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet/UFPel) na tarde de sexta-feira (19), a tendência para os próximos dois meses é de chuva abaixo da média no município.
