Kako Xavier e a Tamborada valoriza os tambores praieiros
Um grupo de mais de vinte pessoas, entre músicos, bailarinos e curiosos se reuniu no final da tarde de sábado (17/12/16) para um momento bem diferente... Todos com uma coisa em comum: o encanto (ou pelo menos a curiosidade) pelo tambor. O encontro, financiado pelo Procultura de Pelotas, integra o projeto Kako Xavier e a Tamborada – edição Laranjal, e ocorreu na Casa do Tambor, localizada na rua São Leopoldo, 243, no Balneário Valverde. O projeto começou a ser executado em setembro e já realizou oito oficinas, com uma média de 40 participantes, para estudantes de escolas, entre elas o Colégio Pelotense e a Escola Padre Anchieta (Areal), que levou 62 alunos, e também o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Capão do Leão. “Nós começamos com uma conversa sobre o Laranjal, falamos das as características da praia, do que ela oferece e faz parte das nossas vidas, e lembramos do papel do tambor na nossa cultura. É importante que a gente se dê conta o quanto o tambor, que têm sua origem lá na África, esteve e ainda está presente na nossa cultura regional. Mas não queremos focar nas injustiças e tristezas do povo negro escravizado nas charqueadas, queremos oferecer um novo olhar: o das alegrias e conquistas deste povo”, explica Kako Xavier, autor do projeto. Músico, compositor e produtor cultural, Kako Xavier tem 22 anos de carreira e estrada ligada ao tambor e criou a Tamborada, em 2009, “para fazer um resgate ancestral, mas também para falar de educação, família e arte”. Depois da conversa inicial, em clima descontraído, todos ajudam na construção de tambores praieiros – as oficinas priorizam a manifestação do Maçambique, ritmo afro do litoral norte do Rio Grande do Sul. Kako demonstra diferentes ritmos que podem ser tocados nos tambores e então “A gente compõe uma música, juntos, e todos podem tocar, cantar, dançar... Cada um faz o que quiser”, relata. Kako Xavier explica que a Casa do Tambor é um espaço para vivenciar arte, valorizar o tambor e perpetuar a história do Laranjal. A Casa está aberta a outras formas de manifestações artísticas, desde que sejam autorais, e a ideia é envolver, cada vez mais, a comunidade da praia - objetivo que está se constituindo, aos poucos. Os recursos do Procultura custeiam a construção de dez tambores e lanches para cerca de 20 estudantes por oficina, mas como os grupos têm sido pelo menos o dobro do planejado, o jeito foi conseguir apoio de estabelecimentos do Laranjal, que aprovam a iniciativa. Kako também tem um objetivo imediato: “queremos fazer um bloco cultural de Carnaval, para tocar e cantar as músicas que fazemos aqui”. Assim, de vez em quando ele organiza um “bailinho” – já houve cinco -, que nada mais é que um ensaio geral das músicas compostas por eles (cada escola compôs uma música), com os tambores feitos por eles. Os “bailinhos” são abertos ao público. Kako Xavier foi vencedor do Projeto Pixinguinha, Prêmio Produção da Fundação Nacional das Artes. Ex-integrante do Grupo Alabê Ôni, criado para representar o RS no Projeto Sonora Brasil (SESC Nacional), fez a circulação por todos os estados do Brasil, contando a história dos tambores Afro Gaúchos.
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