Fabrício prestigia 169 anos da cidade-irmã Aracati (CE)
Em visita à cidade-irmã de Pelotas, Aracati, no Ceará, representando o prefeito Adolfo Antonio Fetter, para participar das comemorações dos 169 anos da cidade cearense, registrados hoje (25), o vice-prefeito e coordenador dos 200 Anos de Pelotas, Fabrício Tavares, palestrou nesta manhã na Secretaria Municipal de Educação daquele município para secretários municipais, vereadores, empresários aracatienses e o prefeito Expedito Ferreira da Costa (PP). Fabrício falou às autoridades sobre as potencialidades de Pelotas, apresentou o Banco de Dados e o vídeo comemorativo ao bicentenário da Princesa do Sul. Citou a semelhança das duas cidades na preservação da cultura e do patrimônio histórico e destacou a importância de Pelotas ter sido originada a partir da iniciativa de um aracatiense, José Pinto Martins, que em 1780 fundou a primeira charqueada, na então Freguesia de São Francisco de Paula. Dois pontos da economia local cearense chamaram a atenção de Fabrício e podem ser frutos de futuras parcerias: os investimentos em energia eólica e o cultivo de camarão em viveiros, denominado cacinicultura, uma das principais fontes de renda da cidade. Outro ponto forte de desenvolvimento é o turismo e um dos mais conhecidos, inclusive internacionalmente, é a praia da Canoa Quebrada, localizada a 10 quilômetros do centro da cidade. Após a reunião na Secretaria de Educação, Fabrício concedeu entrevista à rádio Canoa FM, no programa Jornal do Almoço, e à tarde participou do desfile das escolas de Aracati em comemoração ao aniversário da cidade. No desfile, a Escola de Ensino Fundamental Professor Régis Bernardes prestou homenagem a Pelotas. A visita do vice-prefeito de Pelotas a Aracati retribuiu a visita feita pelo prefeito Expedito Ferreira da Costa a Pelotas em 2006, quando as duas cidades assinaram o acordo de geminação. Na noite de segunda-feira, Fabrício jantou no Mirante das Gamboas com o prefeito Expedito Ferreira da Costa (PP), o vice-prefeito Felipe Costa Lima (PRTB), o chefe de gabinete do prefeito, Júnior Barbosa, a secretária de Educação (que coordena os festejos do aniversário da cidade), Socorro Rodrigues, alguns secretários municipais e outras autoridades. Em seguida eles se dirigiram no Largo ao lado da Matriz de show de Chico Pessoa e Grupo e Grupo Musical Acauã e depois teve queima de fogos de artifício, em homenagem aos 169 anos de Aracati. Ainda dentro da programação de aniversário do município, devem ocorrer a Feira de Negócios Sebrae, Ação Cívica Cidadã na quinta-feira, na praça Adolfo Caminha; Lual Areias do Tempo, sexta-feira, na praia de Majorlândia, e Regata de Jangadas, também na praia de Majorlândia. Nesta quinta-feira (27), Fabrício estará em Pelotas atuando normalmente em seu gabinete. “Nossa vinda a Aracati é a primeira visita oficial da Prefeitura de Pelotas, desde que as cidades se tornaram irmãs. É uma forma de retribuir a visita que o prefeito Expedito fez a Pelotas, no ano de 2006, e também serviu para divulgar os 200 anos de Pelotas, bem como as suas potencialidades. Fomos muito bem recepcionados e agradecemos a homenagem feita a Pelotas pela escola Professor Régis Bernardes”, comentou o vice-prefeito. PINTO MARTINS José Pinto Martins viveu em Pelotas e morreu solteiro em 18 de junho de 1827, com quase 80 anos. Seu corpo foi sepultado na Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, na vila de Rio Grande. Deixou seus bens para parentes, um irmão pelo menos morava em sua companhia. No Ceará exerceu a profissão de fabricante de carne seca até 1777, quando motivado por uma grande seca mudou-se para a vila do Rio Grande, freguesia de São Francisco de Paula, em busca de melhor fortuna. E chegou a propósito. As rezes que vinham sendo abatidas para o consumo próprio eram as que tinham carne e gordura utilizadas na alimentação humana; outras eram sacrificadas simplesmente para o aproveitamento único dos couros, que eram estaqueados nos campos e secos ao sol para serem explorados. Do gado, tudo o mais se perdia. A produção de carne seca do Ceará, até então o único fornecedor, não bastava para naquela época suprir as necessidades de um sempre crescente consumo, segundo as exigências da introdução de escravos, em ondas avultadas, nas fazendas das capitanias do norte e do centro do país. A PRIMEIRA CHARQUEADA Em 1780, José Pinto Martins fundou uma pequena charqueada em parte dos terrenos de Manoel Carvalho de Souza, concedidos no ano anterior pelo governador da Capitania do Rio Grande, José Marcelino de Figueiredo, na margem direita do Arroio Pelotas e à cerca de uma légua da sua foz, numa área onde ainda não havia um único núcleo urbano. Seus negócios aumentaram de forma a exigir maior instalação e capital, constituindo por isto a firma José Pinto Martins & Cia. A casa de moradia junto ao arroio era construída de tijolo e coberta de telhas, bem como o armazém para guarda do charque, a casa-graxeira, a atafona com forno para secar sal e senzala. Entre outras benfeitorias, existia no campo a mangueira de receber tropa, varais para 600 reses, pomar etc. Seus escravos foram classificados em carneadores (10), campeiros (4), salgadores (2), sebeiros (2), graxeiros (2), além dos destinados a ofícios especiais como alfaiate, sapateiro, tafoneiro, hortelões etc. Ao todo somavam trinta e quatro. Até 1824 subsistia ele ativo, pois neste ano ainda, foi juiz provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Teve a intuição da importância do lugar para a futura localização do mais importante centro saladeril do Rio Grande do Sul. Em pouco tempo, muitos outros estabelecimentos semelhantes vieram a se instalar na mesma área, ao longo do arroio Pelotas, do canal São Gonçalo e do arroio Santa Bárbara, no rincão formado por esses cursos de água. Cabe-lhe a primazia na fundação da cidade de Pelotas. José Pinto Martins não foi, na verdade, o pioneiro da indústria riograndense de charque, mas teve o mérito indiscutível de ter descoberto o local ideal para a localização dessa indústria, isto quando Pelotas não passava de um rincão remoto na vila do Rio Grande. A concentração da indústria saladeril em Pelotas, depois da charqueada de Pinto Martins, consolidou e deu impulso a uma atividade que já existia, mas era incipiente, e a transformou na mais importante do Rio Grande do Sul. Por pouco mais de um século, o charque foi o produto básico da economia rio-grandense. Acompanharam-no os couros, as gorduras e demais produtos da indústria saladeril. A pecuária valorizou-se e passou a ser a principal exploração da terra e a atividade mais importante da população, e o gado gordo passou a ser transportado de distâncias cada vez maiores, da campanha, da fronteira oeste, das missões e da região do planalto.
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