O tradicional Mercado das Pulgas ganhou a companhia de apresentações culturais realizadas em um tablado montado no Centro Histórico
17-08-2019 | 18:38:06
Além de visitas aos prédios de Pelotas que compõem o Conjunto Histórico Arquitetônico reconhecido pelo Iphan, o Dia do Patrimônio também promove uma série de atividades ao ar livre, incentivando a ocupação de espaços públicos. O tradicional Mercado das Pulgas, neste sábado (17), ganhou a companhia de apresentações artísticas e culturais, que ocorreram em um tablado montado próximo ao Theatro Guarany. O evento atrai turistas e, ainda, movimenta a economia e abre oportunidades para exposição de produtos e de talentos.
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Entre dança, teatro, música, mágica e stand-ups de comédia, pelo segundo ano consecutivo, as integrantes do Grupo Travessia aproveitaram o Dia do Patrimônio para se apresentar e mostrar sua arte. “É diferente dançar na rua. O nervosismo e a expectativa são maiores porque não sabemos o que esperar do público. Dá uma adrenalina e é maravilhoso”, conta a coreógrafa do Travessia, Marlene Conceição.
A coordenadora Terezinha Tedesco explica que as atividades de dança são voltadas à terceira idade e mais de 20 mulheres participam das apresentações ao ritmo de música brasileira e cigana. Além delas, outros 11 grupos de artistas passaram pelo tablado e se fizeram notar, animando o público presente. A esplanada do Theatro Sete de Abril e o Chafariz da Praça Coronel Pedro Osório também sediaram apresentações paralelas.
Do outro lado do Centro Histórico, o Mercado das Pulgas segue firme há cinco anos, todos os sábados – com exceção daqueles em que a chuva atrapalha os briques. Santa Enilsa Rodrigues participa desde o começo, gerenciando um brechó beneficente em prol do Centro Nossa Senhora da Conceição.
“Fui uma das primeiras e não falho um sábado. Vir expor as roupas e arrecadar o dinheiro para as doações é um compromisso”, afirma ela, que neste Dia do Patrimônio esteve acompanhada do companheiro Erli Dutra, se revezando no atendimento aos clientes e conversas com turistas.
O Largo do Mercado Central também é lugar de exposição de antiguidades. São verdadeiras relíquias que guardam memórias e histórias: câmeras, porcelanas, bibelôs, discos de vinil, livros, revistas e joias.
Durante a semana, Magali de Azevedo faz a venda dos artigos pela internet mas, há quatro anos, o sábado é dedicado a estreitar a relação com os clientes, que são fieis. “Tem gente que volta sempre. O público fiel é grande”, comenta a comerciante, que faz destes patrimônios sua fonte de renda.
Artistas, comerciantes e também os Agentes do Patrimônio tiveram um sábado de muito trabalho. Os voluntários que se candidataram a recepcionar os visitantes passaram por capacitação antes do evento e aprenderam um pouco da história e curiosidades de cada lugar, a fim de melhor guiar os turistas.
Agentes do Patrimônio são capacitados a visitas guiadas
Estudante de Artes Visuais, Carolina Tenotti se dividiu entre visitar o Mercado das Pulgas e conversar com quem chegasse ao Museu de Artes Leopoldo Gotuzzo (Malg). Ela diz ter se surpreendido com a tarefa de ser agente do patrimônio.
“É bem mais gente de Pelotas visitando. As pessoas vêm interessadas no prédio, mas se surpreendem com o interior e o que ele guarda. As crianças ficam abismadas com a beleza”, ressalta ela, que defende o evento como uma forma de democratizar o acesso aos locais, mostrando que pertencem a toda a população e precisam ser preservados.