Na manhã desta sexta-feira (16), foi aberta a exposição "Patrimônios Invisibilizados: para além dos casarões, quindins e charqueadas", na Bibliotheca Pública de Pelotas. A ideia é mostrar o patrimônio que não está nas narrativas oficiais e outras formas de ver Pelotas, além dos casarões, o que inclui cemitérios, igrejas, alimentos e bandeiras. A mostra pode ser visitada das 14h às 18h, neste sábado e domingo (17 e 18), quando a cidade vai estar voltada ao Dia do Patrimônio. 

Foto: Igor Sobral

Organizada pelo Grupo de Estudos Etnográficos Urbanos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pela Bibliotheca Pública, a exibição conta com a participação de cerca de 15 alunos de vários cursos de graduação e pós-graduação da UFPel e da Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Ao chegar na Bibliotheca, o visitante encontrará uma pequena porta que leva ao porão, onde ocorre a exposição de quatro módulos de pesquisa. 

Além do material disponível e da expectativa pela participação da população, que poderá ajudar a contar a história pelo seu olhar, os estudantes explicam cada uma das mostras e o que já conseguiram levantar de informações.

Confira o que está exposto

* Mapeando a noite: sobre as comunidades LGBTs de Pelotas.

Foto: Igor Sobral

* Mulheres trabalhadoras: pesquisa sobre o universo das mulheres trabalhadoras do início do século 20 até os dias atuais, como as indígenas, domésticas, doceiras e profissionais do sexo.

Foto: Igor Sobral

* Terra de Santo: sobre as terreiras. O projeto começou em 2016 e o grupo já entregou um dossiê ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para este módulo, são apresentados itens comuns em qualquer casa e que fazem parte das cerimônias de matriz africana, como o milho de pipoca, o mel, sal grosso, ervas e farinha de mandioca. Com esse projeto, também estão sendo mapeadas as casas de matriz africana, sua representatividade e a relação com a cidade.

Foto: Igor Sobral

* Passo dos Negros: sobre um sítio arqueológico em uma área próxima ao Shopping. Os estudantes tentam demonstrar como esses moradores movimentam a cidade e sua importância na economia local. “Pobre também tem patrimônio”, diz um deles. O projeto do Passo dos Negros faz parte de um trabalho maior chamado "Margens: grupos em processo de exclusão e suas formas de habitar Pelotas".

Foto: Igor Sobral

Museu Histórico na Bibliotheca

O Museu Histórico da Bibliotheca Pública – Mello da Costa – é um espaço aberto a artistas. O agendamento de exposições é feito na própria instituição que, por ser privada, não exige a publicação de editais. A cada 15 dias é aberta uma nova mostra. Anualmente, o Museu recebe a visita de cerca de sete mil pessoas.