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Requalificação da Ala Pediátrica do Pronto Socorro melhora acolhimento

Espaço revitalizado fica localizado na entrada do PSP, o que evita que as crianças tenham contato com outros doentes

08-03-2019 | 13:34:18

Há exato um ano, a nova Ala Pediátrica do Pronto Socorro de Pelotas (PSP) era entregue à população totalmente requalificada. Passados doze meses da mudança, que tem a assinatura do projeto Mão de Obra Prisional (MOP), os números e relatos positivos provam que a renovação do espaço e o olhar atencioso ao atendimento às crianças têm trazido bons resultados. No ano passado, 21.343 acolhimentos pediátricos foram realizados na unidade – uma média de 58 por dia.

Fotos; Michel Corvello

São bebês, crianças e familiares melhores recepcionados e tratados em um espaço que permite preservar a área do complexo; agora, localizada na parte da frente do Pronto Socorro. Se antes, os pequenos precisavam circular entre os adultos em observação e ver toda a movimentação do PSP, com a transferência, não mais necessitam ser expostos às alas e ao contato com enfermidades.  

Além de usufruírem de ambientes mais agradáveis, os pacientes que demandam atendimento urgente também foram beneficiados. “Quando o Samu chega com uma criança em estado grave, a primeira sala é da Pediatria”, observa a diretora administrativa do PSP, Suelen Arduin. A gestora ressalta que a migração do setor infantil também permitiu liberar um espaço significativo para acomodar a enfermaria adulta.  

Melhorias

As salas coloridas, climatizadas e decoradas com a temática da campanha Seja Doce com Pelotas – docinhos tradicionais no município – ajudam a amenizar os momentos difíceis de quem está enfermo ou acompanha alguém assim. Com a requalificação, estão à disposição dos pacientes pediátricos quatro enfermarias (com três leitos cada uma), consultórios médicos ampliados, posto de enfermagem, banheiro e sala de espera exclusiva, e uma central de urgência e emergência.

A pequena Evelyn, 5 anos, que já tinha recebido o acolhimento nesta quinta-feira (7), aguardava, com a mãe Viviane, a realização de um exame. Alegre e sorridente, a menina sentia-se à vontade no setor, interagia com os profissionais e demonstrava a leveza característica à infância. 

“Não cheguei a conhecer a estrutura antiga, mas essa é muito boa. O ar-condicionado é bom nesses dias quentes, a televisão ajuda a distrair as crianças e a decoração é bem legal”, opina a mãe.
Foto: Michel Corvello

Emanuelly, 5, foi acolhida nesta quinta com sintomas de desidratação. Depois de receber a classificação amarela, a pequena dormia enquanto era medicada e observada pela mãe. “Chegamos e logo viemos direto para cá. Conhecia a ala antiga e agora está bem mais confortável”, analisa Amanda.  

Assinatura MOP

O projeto que, desde 2015, reformou 24 unidades de saúde em Pelotas (além de atuar em serviços urbanos e ser responsável por melhorias em imóveis da assistência social e do Estado), também assina o feito no Pronto Socorro. Para a diretora, sem o trabalho dos apenados que integram o programa Segunda Chance, do Pacto Pelotas pela Paz, a revitalização do PSP seria impossível.

“Sem a parceria não teríamos condição de viabilizar uma reforma tão grande como essa. Adquirimos os materiais, mas a mão de obra é sempre o mais caro. O MOP foi indispensável para nós”, avalia Suelen, que relembra todas as qualificações possíveis graças à iniciativa; entre elas, a recuperação das salas de estabilização, emergência, cirurgia, clínica médica, serviço social, farmácia, acolhimento e de resultado de exames, além do posto de enfermagem.  

Os detentos também efetuaram o restauro do mobiliário, como berços, macas e produtos hospitalares metálicos. Outro ganho refere-se à criação de uma sala para a realização de procedimentos mais delicados, o que possibilita maior privacidade aos pacientes. Atualmente, a reforma da unidade está concentrada na ampliação da recepção; R$ 29,5 mil serão investidos pela Prefeitura para a construção de 29 metros quadrados da nova sala de espera.  

Tempo de adaptação  

Cerca de quatro meses foram necessários para concluir a transferência da Pediatria; tempo em que a alegria de ver as boas mudanças chegando dividia espaço com o desafio de manter o atendimento em meio à obra. “A opção de fechar o Pronto Socorro não existia, então tivemos que nos adaptar ao período de mudanças”, recorda a diretora. 

Foto: Michel Corvello

Além da grande quantia economizada em mão de obra – que pôde ser revertida na compra de equipamentos, como oxímetros neonatais – a parceria com o MOP trouxe outros bons frutos. Um dos apenados, depois de finalizar o tempo de cumprimento de pena, foi contratado pelo PSP e segue trabalhando na unidade. “Pela dedicação e perfeccionismo dele vimos que não poderíamos perder essa mão de obra”, argumenta Suelen.

Serviço de referência

No ano passado, 92.191 acolhimentos foram feitos pelo Pronto Socorro de Pelotas, unidade referência para mais de 1,5 milhão de pessoas de 27 cidades da região sul. Destes, 62,7 mil passaram por consulta médica (cerca de 70%); 2,2 mil foram encaminhados à UPA Areal e à Ubai Navegantes; 1,4 mil a UBSs e 25,6 mil a hospitais da cidade.

Fotos: Michel Corvello

Os mais de 21 mil acolhimentos na Pediatria – que recebe crianças de zero a 11 anos, 11 meses e 29 dias – representam 23% dos atendimentos no geral. No inverno, período em que aumenta a incidência de doenças, o número subiu para 32%. “Em 2018, realizamos a Operação Inverno, quando reforçamos a escala médica e de enfermagem para dar conta do aumento da demanda.

Refeições 

Enquanto são cuidadas na Ala Pediátrica, as crianças, bem como seus acompanhantes, recebem refeições durante o dia – pensadas, especialmente, de acordo com cada idade e necessidade, explica a atendente de nutrição do Pronto Socorro, Mara Ribeiro. Café da manhã, almoço, janta e lanches pela manhã e à tarde estão previstos no cronograma do setor. “A última refeição é servida às 17h, mas se alguma mãe precisa de um lanche extra ou leite, disponibilizamos também. Nosso lactário funciona 24 horas por dia”, acrescenta Mara.

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