Samu completa quatro anos de funcionamento dia 26
No dia 26 de agosto, fará quatro anos que está em funcionamento em Pelotas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vinculado à Secretaria da Saúde (SMS). Quatro ambulâncias,viabilizam o atendimento diário, a qualquer hora, de cerca de 50 pacientes em situação de urgência e emergência. A coordenação do serviço prepara uma comemoração para não deixar passar a data em branco. “É um serviço nobre, que só beneficia a população. Temos muito que comemorar”, disse o coordenador interino, Thiago Brunet.
Está comprovado que a prestação de socorro imediato reduz o número de óbitos, o tempo de internação e as sequelas nos pacientes. A equipe do Samu de Pelotas é formada por mais de 65 profissionais, entre médicos (14), enfermeiros (5), técnicos em enfermagem (14), telefonistas (8), radio-operadores (3), condutores e pessoal da limpeza. O Serviço costuma priorizar acidentes, mas ultimamente tem atendido a muitos casos de usuários de crack. “Acredito que este seja o principal problema social da atualidade em nossa cidade. Os familiares nos chamam porque a pessoa está quebrando tudo e espancando os parentes dentro de casa”, contou.
Se o atendimento está indo bem, por outro lado, salientou o coordenador, o número de trotes ainda é elevado. “Recebemos cerca de 200 ligações ao dia, sendo que a maioria são trotes, muitas vezes de crianças. As pessoas precisam se conscientizar de que enquanto o telefone está ocupado, podemos estar deixando de atender um acaso realmente grave”. Brunet disse que o Samu pretende desenvolver palestras de orientação nas escolas, a fim de ensinar os estudantes o que é e para que serve o Samu, mas pede que em casa os pais também conversem com as crianças e expliquem as implicações de uma simples brincadeira.
O atendimento de urgência e emergência pode ser acionado através do telefone 192. A ligação gratuita é atendida por um telefonista auxiliar de regulação médica, que registra os dados de identificação, do local da ocorrência e um breve relato do acontecimento. Em seguida, a ligação é repassada para o médico regulador, que, diante de um diagnóstico prévio, envia uma ambulância de suporte básico ou avançado (com equipamentos de Unidade de Tratamento Intensivo - UTI), ou nos casos em que considerar desnecessário, orienta o cidadão no que fazer.
Uma outra dificuldade ainda enfrentada pelo serviço é a resistência da população com relação ao diagnóstico por regulação, ou seja, por telemedicina. “São 200 ligações diárias. É muito importante que nos forneçam por telefone todos os dados para que possamos avaliar o grau de necessidade do chamado. A população precisa acreditar na importância desta avaliação e na seriedade de nossos critérios. Não podemos simplesmente sair correndo para cada solicitação ou não estaremos disponíveis para aqueles casos realmente urgentes”, explicou o coordenador interino.
Brunet contou que no último mês foi adquirido mobiliário novo (camas, colchões, cadeiras, etc.), que melhorou a infraestrutura da sede do Samu. “Os funcionários se sentem melhor e também mais valorizados. É um incentivo para o trabalho”, disse. Entre episódios marcantes, ele lembrou o recente atendimento a um bebê recém-nascido, que foi encontrado após ser abandonado pela mãe na porta de uma casa, ainda sujo do sangue do parto – indício de que nascido há pouco. A criança foi atendida e encaminhada ao Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). “Foi um caso grotesco. Um grito de uma sociedade que precisa de ajuda e o Samu estava ali para ajudar”, comentou.