Prefeitura retira sistema de quebra-ondas no Laranjal
A Laguna dos Patos está de volta. Agora, aos olhos dos pelotenses e turistas da praia do Laranjal. A Prefeitura vai retirar a partir das 9h desta terça-feira (23), primeiro dia da primavera astronômica, o sistema de quebra-ondas adotado em junho deste ano nas areias dos balneários Valverde e Santo Antônio para proteger a localidade de uma alta do nível da água. O sistema foi instalado na primeira quinzena de junho, quando Pelotas registrou 122 milímetros de chuva em menos de uma semana. A decisão foi anunciada pelo prefeito Fernando Marroni após ouvir representantes das secretarias e do Sanep que integram o grupo de Ação de Resposta Rápida que se reúne semanalmente na Secretaria de Urbanismo (Seurb). Além do sistema de quebra-ondas, uma série de ações foi tomada na ocasião, diante do risco de uma nova enchente nas áreas baixas do município - situadas abaixo de quatro metros de altura e mais propícias a alagamentos.
“Vencemos o inverno, vamos recuperar uma questão muito importante para todos nós, que é o paisagismo da nossa praia justamente quando ela recebe um maior movimento, a cidade permaneceu protegida e nesta terça nosso pessoal dos Serviços Urbanos [Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura] vai retirar a barreira de areia que impedia a visão da lagoa, mas que compôs o conjunto de medidas que adotamos para proteger a população dos riscos de uma nova cheia”, disse o prefeito Fernando Marroni.
Escultura da mascote da Fenadoce junto ao trapiche com o sistema de quebra-ondas ao fundo, utilizado como uma das medidas de proteção adotadas pela Prefeitura em junho deste ano, após Pelotas registrar 122 milímetros de chuva em menos de uma semana (Fotos: Volmer Perez/Secom)
Além do sistema de quebra-ondas, com a elevação da faixa de areia, a Prefeitura, por meio de várias ações integradas entre secretarias e Sanep, reforçou e corrigiu a taipa ao longo da rua Nova Prata e avenida Arthur Augusto Assumpção (dique do Valverde), promoveu melhorias na casa de bombas do Laranjal, recuperou as pedras de contenção da estrada da Barra, que estavam soterradas, instalou bombas no Balneário Santo Antônio e na Colônia de Pescadores Z3, além de um sistema de monitoramento de nível da Laguna em parceria com a UFPel.
A decisão pela remoção do sistema foi conjunta. Além do grupo de Ação de Resposta Rápida, foram ouvidos profissionais e especialistas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) das áreas de Meteorologia, Hidrologia, Climatologia, Modelagem Ambiental, entre outras. Outra informação que contribuiu para a retirada da estrutura foi um boletim do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet/UFPel) expedido na tarde de sexta-feira (19). O documento indica chuvas abaixo da média para os próximos dois meses na região.
Máquinas elevam as areias da praia do Laranjal em junho deste ano para formar um sistema de proteção diante da eventualidade de alta no nível da Laguna dos Patos, em imagem de arquivo
Contingência
De acordo com o secretário de Urbanismo, Otávio Peres, todo o conjunto de ações adotado em junho permitiu que a administração atualizasse seu plano de contingência em casos de desastres naturais. Conforme ele, a Prefeitura atualmente sabe exatamente os recursos que pode contar para esses casos, como humanos, materiais e maquinário - compatível, segundo ele, com o tempo de previsão dos ventos e de escoamento das águas naturais diante de eventuais chuvas acima da média na região do Laranjal e da bacia da Lagoa Mirim - que contribui para o aumento do nível no estuário da Laguna dos Patos.
O trabalho que reúne secretarias e Sanep, com diálogo constante com a Defesa Civil nas esferas regional, estadual e nacional, também permitiu, assegura Peres, que a Prefeitura fizesse o levantamento dos recursos e das intervenções necessárias para dotar a cidade de uma maior estrutura de proteção. Nos últimos meses o município coleciona anúncios de verbas asseguradas para projetos como o sistema de drenagem do Laranjal (R$ 29 milhões), o programa de drenagem junto ao PAC (R$ 56 milhões) e a reestruturação da Estrada da Barra (R$ 4,3 milhões).
