Prefeito vistoria obra de drenagem em andamento na zona norte
O prefeito Fernando Marroni acompanhou in loco a eliminação da “cratera” - como os moradores batizaram um buraco de inacreditáveis 98 metros quadrados, 41 metros de perímetro e quase um metro de profundidade bem no centro da pista da rua 22 de Maio, bairro Três Vendas, zona norte da cidade. A obra que resulta na melhoria da pavimentação está em andamento desde o dia 13 do mês passado, quando a população, em protesto, fechou a rua e impediu o trânsito de veículos depois de quase dois anos de reivindicação por melhorias. Foram colocadas cargas de cascote e feito patrolamento no trecho para garantir o trânsito e a acessibilidade do local.
Para isso, a Prefeitura investiu R$ 55 mil na compra de tubos de concreto, após estudo do Departamento de Drenagem Urbana da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui). O recurso veio das chamadas mitigatórias, montante que o setor da construção civil é obrigado por lei a pagar para compensar o impacto dos empreendimentos.
“Nosso governo vai continuar subsidiando ações como essa, fundamentais para resolver problemas crônicos que devem ser enfrentados”, disse o chefe do Executivo. Marroni lembra que a utilização desses recursos provêm de ação integrada junto à sala de situação, cujos titulares de diversas secretarias e do Sanep se reúnem semanalmente na Secretaria de Urbanismo (Seurb), em audiências conduzidas pelo titular da pasta, arquiteto Otávio Peres.
O prefeito Fernando Marroni e o secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), Mateus Consen, caminham na rua 22 de Maio na manhã desta quarta-feira (11), onde a Prefeitura atua desde o mês passado com obras de drenagem para melhorar as condições de escoamento e de pavimentação (Fotos: Volmer Perez)
A eliminação da “cratera” obedeceu a critérios de Engenharia e Arquitetura. Por eles se chegou ao diagnóstico de que o problema era causado por uma rede de esgoto e pluvial deficiente e repleta de avarias. Por isso, o serviço teve início com ações de desobstrução das valetas e instalação de tubos de concreto desde o cruzamento da rua 22 de Maio com a BR-116. A precariedade da estrutura se justifica com intervenções dos próprios moradores, descrentes com a atuação da Prefeitura. "Foi preciso restabelecer a confiança com a comunidade, que estava muito desgastada em relação ao poder público”, conta o titular da Ssui, Mateus Consen. “Agora sim, conseguimos consertar a pavimentação porque as condições de drenagem permitem ”, completou.
De acordo com Consen, este é um exemplo de como é mais urgente resolver primeiro questões ligadas ao escoamento do que às relacionadas à pavimentação. “Se aqui (22 de Maio] tivesse asfalto ainda assim teria problema porque toda deficiência na pavimentação decorre da falta de escoamento - e isso se vê em toda a cidade, mesmo na região central, como na Osório e na Deodoro. A diferença é que aqui a via ficava intransitável”, afirma.
As equipes da Secretaria, coordenadas pelo Departamento de Drenagem Urbana, devem permanecer na região por mais 30 dias. Será colocada uma travessia que vai ligar a rede da 22 de Maio com a rua paralela, 23 de Maio. O serviço será feito no terreno de uma casa cujo proprietário aceitou liberar o espaço. Outra negociação que demandou diálogo no processo de resolver o problema crônico da região. Assim como na 22 de Maio, na rua 23 de Maio a Prefeitura abre valetas, corrige as redes e instala nova tubulação.
Retroescavadeira faz o patrolamento do trecho onde antes havia uma "cratera" completamente alagada no meio da pista da rua 22 de Maio, na zona norte de Pelotas
O motorista Deomar Silveira, 34 anos, 26 deles na 22 de Maio, acompanhava com outros moradores o andamento da obra que tapou a “cratera” na manhã desta quarta. Diz não lembrar a última vez que a Prefeitura mobilizou tanta gente na localidade. “A última vez que vi um movimento parecido eu era criança, era governo Marroni [2001-2004], tenho certeza”, disse. Ele acredita que a infraestrutura vai melhorar após a intervenção. Já sabe que se a Prefeitura simplesmente asfaltasse a via não seria solução sem antes oferecer condições de drenagem. “Cada vez que chove é caos, a água entra nas casas, mas agora está melhorando, a água já corre nas valetas, está tudo mais seco, acho que a gente não vai ver mais tanto estrago”, afirmou.
O prefeito Fernando Marroni conversa com moradores da rua 22 de Maio vizinhos à "cratera" tapada nesta quarta-feira. Trecho era o ponto mais crítico da via devido às condições da rede pluvial e cloacal na via
A estudante de Jornalismo Maikelly Souza, que pediu nesta manhã ao prefeito que autografasse o certificado de “Nenê Cidadão” que ganhou quando nasceu, em novembro de 2002, fruto de uma política pública da primeira gestão de Marroni na Prefeitura, também percebe melhora nas condições da via. “Agora, pela primeira vez, estão arrumando as redes de esgoto, antes o Sanep vinha, tirava água [das valetas] e não corrigia o problema, espero que seja essa a solução que sempre esperamos, mas nunca 0vinha”, afirmou.
Na 23 de Maio o clima também é de expectativa para resolução de problemas de infraestrutura que historicamente comprometem a qualidade de vida dos moradores da rua. “Agora está ficando melhor”, disse o frentista Ademar Borba, 66. Também ele via pela primeira vez um trabalho “tão bem feito”. Explica: “A água corre, não fica parada, as casas alagavam mesmo que não chovesse, até o cheiro, horrível, a gente não sente mais.”
