Município intensifica combate aos mosquitos Aedes
Além dos 40 vigilantes ambientais, que já atuam no combate ao mosquito Aedes, Pelotas ganhou o apoio de 20 agentes comunitários de Saúde – lotados no Fragata, Centro e Laranjal. Eles participaram de capacitação no dia 27 de fevereiro e receberam uma atualização do departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde (Vigiams/SMS) sobre a situação do Estado e da cidade no que diz respeito às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e o Aedes albopictus. Os servidores também foram orientados sobre controle vetorial.

Foto: Divulgação/SMS
Segundo a chefe da Vigiams, a veterinária Isabel Madrid, a participação das equipes da saúde é importante, pois alerta os funcionários sobre a questão. “É importante que os agentes estejam engajados e com olhos mais atentos durante suas visitas domiciliares, de forma a orientar a população e alertar acerca do risco de manter depósitos de água em suas residências”, garante. Só nos dois primeiros meses do ano, o município registrou 39 focos de mosquitos: sete de Aedes aegypti e 32 de Aedes albopictus.
Foto: Divulgação/SMS
Até agora, mais de 17 mil larvas foram analisadas pelo Laboratório de Vetores da Vigiams. Desse total, 1,7% obteve resultado positivo para o Aedes. “Atingimos praticamente a totalidade de focos detectados em 2018, que foram 40 ao longo de todo ano”, explica Isabel, para quem o apoio da comunidade será determinante no estancamento do crescimento desses números. A maioria dos focos foi identificada no Balneário dos Prazeres e no Centro.
No Estado
Só em 2019, 321 municípios gaúchos já identificaram focos do Aedes, quantidade que vem aumentando ano a ano: eram 14 cidades, em 2000, e 62, em 2010. Nessa semana, o Estado confirmou o primeiro caso de zika vírus contraído no Rio Grande do Sul, diagnosticado em uma jovem na cidade de Gravataí.
Em Pelotas, a Secretaria de Saúde registrou dois casos com suspeita de doenças transmitidas pelo Aedes, mas nenhum foi confirmado. Conforme a veterinária Isabel, é importante que a população esteja atenta a quaisquer sintomas, principalmente após viagens. “Mesmo que tenha se deslocado dentro do Rio Grande do Sul, é imprescindível buscar ajuda médica."
Ela lembra que o Aedes albopictus, por exemplo, é um mosquito com predileção por criadouros naturais localizados próximo à vegetação e que se alimenta de sangue, especialmente de animais. “Embora seja considerado um vetor com baixo potencial transmissor de doenças, como dengue e febre amarela, medidas preconizadas para o combate ao Aedes aegypti também são adotadas, visando eliminar quaisquer possibilidades de dispersão deste vetor”, detalha.
'Xô' mosquito!
Os mosquitos Aedes estão relacionados à transmissão de doenças como a dengue, zika vírus, febre amarela e febre chikungunya. A Vigiams alerta para o fato de o calor, associado à umidade, potencializar a reprodução dos mosquitos. Um dos focos encontrados do Balneário dos Prazeres era uma bromélia, por isso a população precisa redobrar os cuidados com quaisquer depósitos que possam servir de criadouros.
O principal problema enfrentado, destaca Isabel Madrid, é o descarte incorreto de resíduos, principalmente em áreas verdes em que o maquinário da limpeza urbana não tem acesso. “Não enfrentamos tantas recusas para as visitas por parte da comunidade, mas encontramos muitas casas fechadas. As pessoas também largam muito lixo na rua e na beira da praia, junto à mata, o que dificulta”, afirma a chefe da Vigiams.
Sendo assim, ela orienta à eliminação de todos os depósitos possíveis de água. Aqueles que não podem ser extintos devem ser lavados semanalmente com escova, uma vez que o ovo depositado pela fêmea do mosquito pode permanecer viável por mais de um ano. Nos ralos abertos, encontrados em banheiros, jardins e garagens, a dica é colocar semanalmente água sanitária: é possível, ainda, neles instalar telas a fim de que a fêmea não consiga fazer a postura dos ovos, que dão origem às larvas e, mais tarde, aos mosquitos.
