Prefeitura Municipal de Pelotas

Com o tema “Tropeirismo”, dedicada ao centenário de Antoninha Berchon Sampaio e em memória do patrono benemérito Ivan Cardoso, a Semana Farroupilha de Pelotas foi aberta junto ao galpão crioulo no Largo do Mercado, na tarde deste sábado (15), tendo como patrono o vice-prefeito Idemar Barz e sob organização da 26ª Região Tradicionalista (RT).

Duas solenidades antecederam a abertura oficial. A primeira, realizada na Praça dos Heróis, no 9º Batalhão de Infantaria Motorizado (9º BIMtz), no início da tarde, foi para o encontro da Chama Crioula com o Fogo Simbólico da Pátria. A segunda, na frente do Altar da Pátria, foi para distribuição de uma centelha da Chama Crioula às entidades tradicionalistas de Pelotas.

Fotos: Gustavo Mansur

Os três eventos contaram com a participação de cavalarianos, especialmente do grupo que conduziu, de cavalo, a Chama do município de Iraí a Pelotas. Vinte e oito dias foram levados no percurso de 680 quilômetros, em nome das tradições gaúchas.

“A população é a convidada especial da programação. O objetivo da Semana é o de festejar a memória, os feitos e os momentos difíceis que consolidaram a força do gaúcho, demonstrada no trabalho coletivo”, disse a prefeita Paula Mascarenhas.

Fotos: Gustavo Mansur

Paula prestigiou a abertura da Semana, no Largo do Mercado e, junto às saudações ao público e a autoridades, dedicou cumprimentos especiais ao vice-prefeito Idemar Barz. Afirmou que a escolha de seu nome para patrono dos festejos gauchescos foi justa, e se dirigiu a ele como “amigo, parceiro de jornada e artista”. Lembrou que, desde o ano passado, o Gabinete de Idemar coordena a participação do Executivo na Semana Farroupilha.

Fusão das chamas

No quartel do 9º BIMtz, na presença do comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada (8ª BIMtz), general Ernesto de Lima Gil, do ex-comandante da 8ª Brigada, general de reserva João Taceli Finamor Machado, do comandante do Batalhão, tenente-coronel Eduardo Holcsik, da coordenadora da 26ª RT, Hilda Heinen, do representante da Fundação Antoninha Berchon Sampaio, Carlos Gonçalves, do representante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Sul (CRPO-Sul), tenente Rudinei, de cavalarianos e de autoridades, realizou-se a cerimônia de fusão do Fogo Simbólico com a Chama Crioula.

O conselheiro benemérito do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), coronel Alberto Rosa, foi o orador oficial da 26ª RT. Sua fala remontou a história. Recordou a origem da Chama Crioula, em 1947, por iniciativa de Paixão Cortes que, acompanhado por um grupo de sete amigos, estudantes no Colégio Júlio de Castilhos - Porto Alegre, recolheu uma centelha do Fogo Simbólico, tornando-a símbolo da Semana Farroupilha. Desta forma, à frente do "Grupo dos Oito", Cortes, falecido recentemente, tornou-se imortal e merecedor de gratidão e reconhecimento de parte dos que cultuam as tradições gaúchas.

“É uma honra para o Exército Brasileiro participar desta cerimônia. Aqui temos um exemplo de união e reconciliação”, disse o general Ernesto Gil.

Distribuição da centelha

A distribuição da centelha farroupilha às entidades tradicionalistas ocupou a frente do Altar da Pátria, após a cerimônia de fusão das chamas. Cavalarianos posicionaram-se na avenida Bento Gonçalves para receber parte da Chama Crioula que arderá, até o dia 20, nos galpões de suas entidades tradicionalistas.

Fotos: Gustavo Mansur

A cerimônia foi comandada pela coordenadora da 26ª RT, Hilda Heinen, com a participação do patrono da Semana, vice-prefeito Idemar Barz, das autoridades do Exército, da Brigada Militar e civis, e Secretaria de Cultura (Secult).

“A chama mantém aceso o sentimento gaúcho e reafirma a hospitalidade dos CTGs”, salientou o patrono.

Abertura oficial

Do Altar da Pátria, cavalarianos e autoridades seguiram para o Largo do Mercado, onde a prefeita Paula, o vice Idemar, a coordenadora Hilda, os comandantes da 8ª BIMtz e do 9º BIMtz, o representante do CRPO-Sul e o coordenador do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc), juiz Marcelo Malizia Cabral, encaminharam a abertura da Semana Farroupilha.

Após a execução dos hinos Nacional e do Rio Grande do Sul, pela banda da 8ª BIMtz, pronunciou-se a coordenadora da 26ª Região Tradicionalista, lembrando a história da Chama Crioula, conduzida até o Largo do Mercado pelos diretores campeiros da RT, Gedelci Araújo e Jáder Gularte, acompanhados pelos cavalarianos.

Fotos: Gustavo Mansur

Depois da saudação da prefeita Paula, Idemar lembrou que, no ano passado, iniciou-se a centralização da Semana Farroupilha no Largo do Mercado, com a participação das entidades para levar a cultura e a arte gauchesca à população.

Idemar discorreu sobre seus vínculos com o tradicionalismo, encontrando na afinidade a justificativa para ter sido escolhido patrono. Suas origens são na roça. Na colônia, quando criança, ouvia músicas gauchescas. Foi primeiro gaiteiro das invernadas dos CTGs Thomaz Luiz Osório e Negrinho do Pastoreio. Trabalhou durante quatro anos na TV Tuiuti (hoje, RBS), onde manteve um programa, ao vivo, junto com o companheiro de dupla Nei Araújo, só com músicas tradicionalistas. Na Rádio Universidade, teve um programa durante 23 anos, com composições da mesma procedência. Tocou em fandangos em todo o Estado e em festas campeiras. O patrono da Semana Farroupilha contou situações pelas quais passou em que se sobressaíram as suas raízes e identidade tradicionalistas. Para encerrar sua manifestação, tocou a música Quilômetro 11, em seu acordeon.

“Declaro oficialmente aberta a Semana Farroupilha em Pelotas, e desejo que seja de felicidade, alegria e com muitos momentos artísticos e culturais”, declarou o patrono.

A cerimônia de abertura da Semana contou com a presença dos secretários de Cultura e de Governo, respectivamente, Giorgio Ronna e Clotilde Victória, do Grupo Escoteiro São Francisco de Assis, de diretores da 26ª RT, do diretor de Manifestações Populares da Secult, Paulo Pedrozo, do conselheiro benemérito do MTG, coronel Alberto Rosa, do conselheiro do MTG, Márcio Adir, de prendas tituladas, de patrões de entidades, do diretor de Cultura do Capão do Leão, Everson Maré, de tradicionalistas e populares.