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Encontro da Diversidade debate preconceito e violência homofóbica

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Por Divulgação 18-05-2017 | 00:00:00
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“Fico muito feliz que a prefeitura proporcione esse momento de troca, de respeito às diferenças individuais. Pelotas é uma cidade de diversidades humana, de origens, sexuais, e essas diferenças são muito bem-vindas, é o que nos enriquece e aumenta o nosso potencial. A cultura LGBT aproxima as pessoas, torna o mundo mais humano”, disse a prefeita Paula Mascarenhas, no final da tarde desta quarta-feira (17), durante o 1º Encontro da Diversidade: Desconstruindo a Homofobia, promovido pela pela Coordenação LGBT da Secretaria de Saúde (SMS). “O dia de hoje não é um dia de comemoração, mas um dia de reflexão e de luta”, a frase do professor Marcos Ronei, que atua na rede pública de ensino de Pelotas, foi repetida por várias pessoas que participaram ao longo do dia. A programação teve início pela manhã, no Paço Municipal e continuou à tarde, no pátio 1 do Mercado Central. Um dos fundadores em 2002 do Grupo Também, que luta pela livre expressão sexual, Ronei foi convidado a conduzir o bate-papo junto com Diego Carvalho. Os dois defendem que a educação pode ser um grande instrumento de quebra de preconceitos e tabus, mas lamentam que “na escola, sobretudo na sala dos professores, é justamente onde encontramos mais preconceitos e tabus”. “Precisamos encontrar maneiras de mudar e transformar essa realidade, de reconhecer o outro na sua multiplicidade, diferente de mim, mas tão humano quanto eu. Precisamos aprender a enxergar, a ver e a lidar com o outro, mudar o jeito de se relacionar com essas diferenças”, ponderou Carvalho, mestrando em Educação e servidor da SMS que atua nos setores de Saúde da População LGBT e Saúde da Mulher. Um dos avanços citados durante o evento foi a retirada da especificação do gênero (masculino ou feminino) da carteira de identidade. “Lutamos agora pelo direito de alterar o nome civil e o gênero também da certidão de nascimento”, disse Marcia Monks, acadêmica de Teatro Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que integra o Núcleo de Gênero e Diversidade da instituição. Marcia foi a primeira pessoa do Estado a conseguir na Justiça, em 2004, o direito de fazer a cirurgia de redesignação sexual e a mudança de nome e gênero em sua documentação. “Infelizmente o SUS ainda trata os casos como ‘transtorno de identidade de gênero’. Essa é outra luta nossa, precisamos mudar isso”, pondera. Marcia conta que desde que nasceu sempre se sentiu como menina, portanto não considera que o que aconteceu com ela e que acontece com muitas outras pessoas seja um ‘transtorno’, mas um ‘erro da natureza’. Em sua fala sobre “Vivências da mulher trans em Pelotas”, Marcia destacou a violência contra transexuais e travestis. “Somente este ano foram assassinadas 64 travestis de rua no Brasil. Os homens fazem o programa e depois, porque eles têm problemas com eles mesmos, matam as meninas com requintes de crueldade. São 50 tiros, 200 facadas, até decapitação. Isso é muito grave, é desumano”, ponderou. Dezenas de pessoas lotaram o pátio 1 do Mercado para acompanhar a programação, que também contou com palestra de Aline Crochemore Hillal de Maicá e Raquel Nebel Moraes, sobre o “Suporte social à população LGBTT”, e falas da vereadora Fernanda Miranda (PSOL), de Juliana Martinelli (Juju) e, no final, shows com drag queens: Abigail Foster (Gesgiscan Pereira), Lorena Drag (Lier Neves), Sky (Elvis Antunes) e Madivah Vuitton (Bruno Carvalho). Paralelamente, teve distribuição de flyers, realização de testes rápidos HIV/Sífilis/Hepatite B; confecção do cartão SUS, com nome social (ou alteração do cartão existente); urna para sugestões/reclamações e Mural de Superação. Participaram do evento a diretora de Ações em Saúde da SMS, Eliedes Ribeiro, equipe da Saúde LGBT/SMS e presença do vereador Daniel Trzeciak (PSDB).

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