
Conscientização para enfrentar o racismo
Estimular a reflexão sobre a contribuição do negro para a sociedade brasileira e os impactos do racismo na mesma foi o mote da atividade ocorrida na manhã desta sexta-feira (21), na E.M.E.F. Jornalista Deogar Soares, no bairro Dunas.
A ação, promovida pela Secretaria Municipal de Igualdade Racial (SMIR) e o Gabinete da vice-prefeita, marcou a passagem do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
O auditório do educandário ficou repleto de estudantes, professores e servidores. A abertura da programação ficou a cargo do secretário de Igualdade Racial Júlio Domingues. Ele falou sobre as atribuições e estrutura da SMIR, secretaria criada em 2025 na nova gestão municipal.
Na sequência, teve início a palestra sobre racismo estrutural com os acadêmicos de História da UFPel Émerson Gerard (assessor da vice-prefeita) e Misael dos Anjos. Com um trabalho bastante interativo, a dupla apresentou informações históricas e culturais e, a partir de exemplos variados, discutiu como o preconceito racial se processa no Brasil. Conforme Gerard, é importante discutir esterótipos e situações que buscam manter o negro em condição de subalternidade. “O racismo estrutural é uma construção histórica para perpetuar uma relação de poder”, avaliou.
A seguir, foi a vez da advogada Isadora Cardoso Caleiro falar ao público sobre os crimes de racismo e injúria racial e as diferenças entre eles. Durante a explanação, os presentes receberam um panfleto, produzido pela SMIR, com informações sobre como identificar os crimes de preconceito racial e como agir para registrá-los perante os órgãos de segurança, para que haja responsabilização dos agressores.
A vice-prefeita Daniela Brizolara encerrou a atividade na escola municipal, destacando a importância da conscientização dos jovens a respeito do racismo. Usando como referência a música “Identidade”, do compositor e sambista Jorge Aragão, Daniela enfatizou que a luta contra o preconceito racial deve ser de todos, não apenas da comunidade negra. Entretanto, de acordo com a vice-prefeita, é necessário ter informação para enfrentar o problema. “Para termos nossa identidade respeitada, não podemos aceitar nenhuma forma de preconceito. Nossos antepassados trouxeram muita cultura com eles para cá”, afirmou.
A diretora da E.M.E.F. Deogar Soares, professora Kátia Vergara, ficou bastante satisfeita com a palestra. “Em nossa escola, tentamos dizer aos nossos alunos que eles podem ser o que quiserem. O racismo não pode ser uma barreira, esses jovens são a esperança que a gente tem”, comentou. Para a educadora, a educação é a principal ferramenta para que os jovens se tornem mais preparados. “Eles precisam ter conhecimento para poder lutar”, concluiu.
Júlio Domingues avaliou positivamente a programação. “Considero que tivemos uma atividade bastante interessante, que nos permitiu distribuir material e apresentar uma palestra sobre racismo estrutural, figuras negras importantes na história do Rio Grande do Sul, de Pelotas e também do Brasil. Reforçou nosso compromisso de fazer um trabalho que ajude a enfrentar a violência racista e também de promover acesso à informação”, declarou.
A programação foi concluída com a distribuição dos panfletos sobre como registrar os crimes de racismo e injúria racial à população, em ação no entorno do Chafariz do Calçadão. O diretor-executivo da SMIR, Márcio Bernardino da Silva, também participou de ambas as ações.
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