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Pelotas tem o menor índice de gravidez na adolescência em 19 anos

Distribuição de material informativo nas escolas intensifica trabalho de prevenção à gestação precoce no Município

26-11-2018 | 14:06:36

Os últimos dois meses foram de mobilização dos profissionais de saúde e educação para intensificar o trabalho de prevenção à gravidez na adolescência com os jovens de Pelotas. A ação representa o engajamento do Município em disseminar informações e reduzir os indicadores de gestações precoces na cidade. 

Os números provam que o esforço coletivo tem apresentado bons resultados: o ano de 2017 trouxe o saldo mais positivo desde 1999: o índice de 12,6% foi o menor já registrado neste período. O valor é referente à porcentagem de bebês com mães adolescentes, com idades de 10 a 19 anos, em relação ao número de nascidos ao ano. A informação é do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), do Ministério da Saúde.

Dados divulgados pelo DataSUS, do Ministério da Saúde

A regressão dos indicadores (veja gráfico abaixo) tem sido constante, conforme a atuação do Programa Saúde na Escola (PSE) voltada à prevenção, desde 2013. “Isso demonstra que nosso trabalho impacta nos resultados”, afirma a coordenadora do programa, Jacqueline Dutra.

Prevenção como solução

Instrumentalizar os professores das redes de ensino municipal e estadual para debater o tema motivou a Prefeitura a preparar dois materiais gráficos para o assunto: um guia aos estudantes e um jornal para os professores. Aos alunos da rede de ensino, foram destinados cerca de 25 mil exemplares do material e aos docentes, aproximadamente, 3 mil.

Neste mês, uma roda de conversa foi promovida na escola estadual Luís Carlos Corrêa da Silva, na Guabiroba, pela equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro. Alunos de 12 a 16 anos, das turmas de quinto a nono ano, receberam o guia ‘Curtindo uma Adolescência Saudável’, e a ‘Caderneta de Saúde do Adolescente’, do Ministério da Saúde, que trazem explicações sobre mudanças físicas inerentes à puberdade, consumo de drogas e métodos preventivos à gravidez e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Fotos: Marcel Ávila
“Trouxemos uma caixa de perguntas para estimular a conversa e, assim, ouvir os relatos e responder as dúvidas”, aponta a enfermeira Inajara Canieles.

Focada na prevenção como solução, a equipe reforça a importância de se comunicar com o público jovem. “É muito mais fácil orientarmos agora, antes e durante o início da vida sexual, do que tratar a doença depois”, ressalta a agente comunitária de saúde, Elisângela Rodrigues.

Subsídios para a discussão 

Distribuído aos professores de ciências do ensino fundamental, o jornal aborda, em 16 páginas, aspectos como métodos contraceptivos e consequências da maternidade e paternidade precoce. Jacqueline explica que a ação representa um recurso de informação didático para os docentes tratarem a temática em suas aulas ou em atividades dirigidas.

“A ideia é que esse trabalho impacte na redução dos números de casos de gestações na adolescência e evite a desinformação”, salienta a coordenadora. A atividade integra uma das estratégias do PSE, que visa combater às ISTs e prevenir a gravidez precoce – esta, impulsionada pelo Pacto Pelotas pela Paz, através do programa Infância Protegida.  
Fotos: Gustavo Vara

Monitoramento

Desde o final da década de 90, a Secretaria de Saúde (SMS) acompanha, anualmente, a incidência destes casos em Pelotas. A maior parte deles, ocorre de forma indesejada e não planejada, esclarece Jacqueline. Em 2000, um quinto das crianças nasceu por meio de gestações na adolescência: 20,1%, o que representa 1.135 de 5.636 bebês.

Com a intensificação do trabalho de conscientização e sensibilização dos jovens, o número praticamente caiu pela metade; a expectativa é de que 2018 traga resultados ainda mais positivos, adianta a coordenadora. Em 2013, o percentual era de 15,7%; em 2014, o número reduziu para 15,3%; em 2015, 14,4%; em 2016, 14%; até chegar ao menor número no ano passado (12,6%).

Combate à evasão

A diminuição dos indicadores referentes à evasão escolar também está nos objetivos da distribuição, já que a gestação precoce motiva muitas meninas e meninos a abandonarem as instituições de ensino. Jacqueline afirma que reduzir este índice representa uma melhoria da qualidade de vida destes jovens, o que resultará em seus níveis de ensino e oportunidades de emprego. O trabalho foi intensificado na última semana de setembro, alusiva ao Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência, celebrado dia 26.

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PSE, saúde na escola, pacto pelotas pela paz, prevenção da gravidez precoce

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