Prefeitura Municipal de Pelotas

A união faz a força? Em Pelotas, sim. A comunidade se uniu e conseguiu a requalificação de uma das duas motolâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade. O custo da manutenção completa seria de R$ 4,5 mil, mas diversos parceiros - principalmente empresários locais - resolveram apoiar a causa e garantiram o conserto da moto, sendo que a Prefeitura precisou investir apenas R$ 300 para a compra de uma peça e o valor da pintura.

Motocicleta foi entregue nessa terça-feira de volta à comunidade - Foto: Igor Sobral

Agora, tanto a mecânica quanto a estética da motocicleta estão renovadas e o veículo já voltou a ser pilotado pelo técnico de enfermagem Igor Costa, que trabalha há quase um ano no Samu e há um mês foi designado para a condução da motolância. Ele fez três meses de curso para poder dirigir a moto e hoje comemora a possibilidade de trabalhar com um veículo em bom estado. “Faz toda diferença e a população agradece”, afirma.

Ao ser convidado para ajudar na missão, o mecânico de motocicletas Luiz Henrique Castro, de 53 anos, fez questão de participar e já sentenciou: "sempre que precisar, pode trazer as motos aqui que arrumo. A gente nunca sabe quando vai precisar, então temos que fazer nossa parte".

Ele entrou na corrente do bem a pedido de um empresário amigo, cuja filha foi salva pela atuação da motolância. "Esse meu amigo é muito agradecido e sei da importância do serviço, daí quando ele me pediu ajuda, na mesma hora topei. Ele pagou metade do serviço e arquei com o restante", conta Castro.

Socorro rápido

Em muitos casos, o atendimento da motolância garante a sobrevivência do paciente até a chegada da ambulância, pois vai na frente e realiza os primeiros socorros. Segundo a coordenadora do Samu, a enfermeira Sabrina Lima, o serviço chega a ser quatro minutos mais rápido do que uma ambulância, o que dá agilidade ao socorro. “A motolância consegue contornar o trânsito e chegar antes. Isso pode significar a diferença entre a vida e a morte”.

Às vezes, a ambulância nem precisa ir até o local do chamado, pois o técnico, com a ajuda do médico regulador, consegue resolver. “Nos casos mais simples, como uma queda de pressão, por exemplo, o técnico presta socorro, medica e, se o paciente está bem, avisa a equipe que então pode se deslocar para outro atendimento”, explica a enfermeira. Para isso, o técnico de enfermagem da motolância carrega um kit de primeiros socorros, que inclui até um desfibrilador.

Motolância

As motolâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atuam desde 2011 na cidade. Atualmente, dois técnicos de enfermagem – que fizeram curso de pilotagem de motocicleta em alta velocidade, com segurança – se revezam ao longo do dia e conduzem a motocicleta, que tem alcançado uma diminuição média de quatro minutos no tempo de resposta ao chamado.

Hoje, o serviço atende em média 12 casos por dia, mas a partir de março passará a atender até 24 chamados, graças ao conserto da motocicleta. “A outra recebeu manutenção em outubro de 2018. Não conseguimos arrumar a carroceria, mas a mecânica está boa”, explica Sabrina.

O Samu aguarda, ainda, a chegada de duas novas ambulâncias, que devem começar a rodar na metade de março. “Não foi fácil conseguir esses veículos, mas deu certo e vai ajudar a renovar nossa frota”.

Outra novidade, é a troca da sede do Samu. A previsão é de que em março o serviço já esteja funcionando na UPA da Bento, fato comemorado por Sabrina. “A estrutura é melhor e vai facilitar o acesso, com certeza”.