Mais uma ação da Semana Municipal de Mobilização de Combate ao Aedes levou informações para a comunidade, desta vez na região do Porto, em Pelotas. Nesta sexta-feira (22), equipes do setor de Vigilância Ambiental em Saúde (Vigiams), da Secretaria de Saúde (SMS), com apoio do 9° Batalhão de Infantaria Motorizada, visitaram residências do bairro para esclarecer dúvidas e ensinar como prevenir o aparecimento de focos do mosquito Aedes à comunidade.

Agentes conversaram com moradores, levando orientações - Fotos: Michel Corvello

Caso da aposentada Maria Ilani Ramos, 69 anos. Moradora do Porto há 20 anos, ela recebe periodicamente a visita dos agentes de Combate a Endemias da SMS e já aprendeu a cuidar do seu pátio e objetos para evitar o acúmulo de água. 

“Seguido eu confiro os pratinhos das flores pra ver se não tem água parada, troco a água do cachorro e cuido pra que não fique nada acumulado no pátio nem dentro de casa, pois já aprendi que o ‘mosquito’ se esconde em qualquer lugar”, garante Maria Ilani. 

O depoimento de Maria Ilani é confirmado pela coordenadora da equipe do Porto de agentes da Vigilância, Lucélia Gonçalves da Silva. Segundo ela, até em apartamentos já foram encontrados focos de larvas do mosquito Aedes, apesar de ser difícil acessar esse tipo de moradia. 

“Os donos acham que não precisa, mas já aconteceu de encontrarmos focos nos ralos de banheiro ou em plantas. Por isso é importante a população permitir o acesso dos agentes”, explica Lucélia. 

Neste sábado (23), o trabalho de orientação continuará a ser realizado no Porto, onde o maior número de focos do mosquito foram identificados. A ação encerrará a programação da Semana de Combate ao Aedes, mas o trabalho das equipes continuará.

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Trabalho

Atualmente, sete equipes atuam continuamente no combate ao Aedes. Cinco dividem-se entre os bairros Porto, Três Vendas, Praia, Fragata e Centro; uma atua no controle dos chamados pontos estratégicos, onde é mais comum a identificação de larvas do inseto, como borracharias e cemitérios, entre outros; e uma fica focada no acompanhamento das armadilhas instaladas em toda a cidade para monitorar a proliferação no município. Em 2019, 107 focos foram identificados em Pelotas, cinco deles em novembro. 

O trabalho dos agentes de Combate a Endemias da Vigiams depende do acolhimento da comunidade para que obtenha resultados. No Balneário dos Prazeres, por exemplo, onde boa parte dos pontos com larvas foram encontrados, incluindo os cinco últimos – todos de Aedes albopictus -, os moradores já entenderam a importância da prevenção e estão dando acesso aos profissionais. "Lá eles já aceitam a nossa visita e isso ajuda muito", afirma Lucélia.

Apoio é fundamental

Para a agente Joana Maria Vieira, o apoio dos pelotenses é o primeiro passo para a manutenção de Pelotas dentre as cidades livres das doenças transmitidas pelo Aedes - dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana. 

Só em 2019, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), 689 pessoas morreram em decorrência da dengue – transmitida pelo Aedes aegypt - em todo o país, número quase 5,4 vezes maior que as 128 mortes registradas no mesmo período de 2018.

Para reduzir a proliferação do mosquito vetor das doenças, o Ministério da Saúde aconselha a população a manter ações de prevenção, como verificar a existência de algum tipo de depósito de água no quintal ou dentro de casa. 

Outra recomendação é lavar semanalmente, com água e sabão, recipientes como vasilhas de água do animal de estimação e vasos de plantas. “Também é bom não deixar lixo ou entulho no pátio, isso reduz o acesso do mosquito a locais adequados”, orienta Joana.