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3º Encontro da Diversidade discute o acesso à rede de saúde

Evento ocorreu durante esta sexta-feira e contou com a participação da secretária de Governo, Clotilde Victória

07-12-2018 | 15:51:25

*Colaboração de Deborah Anttuart

      O auditório da Escola Técnica Estadual João XXIII, localizada no Centro da cidade, sediou nesta sexta-feira (7) o 3º Encontro da Diversidade, promovido pelas secretarias de Saúde (SMS) e de Assistência Social (SAS), em parceria com movimentos sociais organizados. Para este ano, os desafios e perspectivas na saúde da população LGBT foram abordados por pesquisadores da área, em um contexto estadual e municipal. A secretária de Governo (SMG), Clotilde Vitória, prestigiou a cerimônia de abertura representando o Poder Executivo.

Fotos: Divulgação

      Clotilde aproveitou a solenidade para relembrar os avanços promovidos pela Prefeitura no que diz respeito aos direitos conquistados por gays, lésbicas, homossexuais e pessoas trans no município, destacando a nomeação da esquina Travesti Juliana Martinelli (localizada no encontro das ruas Barão de Santa Tecla e Dr. Cassiano) e a assinatura do decreto 6.129, que regulamentou o Conselho Municipal de Direitos e da Cidadania LGBT.

"Estamos lutando para que as diferenças não sejam justificativa para manter a desigualdade entre pessoas", enfatizou a secretária.

      Márcia Monks, representante da Rede Antra, também abordou em sua fala os problemas estruturais da sociedade causados pela homofobia, e evidenciou que, no caso das pessoas trans, apenas 1% tem acesso a uma educação de qualidade e um emprego formal.

"O Brasil é o país com maior índice de assassinato da população LGBT", afirmou Márcia.

      Também participaram da abertura a diretora de Ações em Saúde, Eliedes Ribeiro, a coordenadora da Média Complexidade, Aline Crochemore, e a responsável pelo setor de Promoção de Saúde da População LGBT da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde(CRS), Jennifer Rodrigues.

Palestras

      O evento contou com mesas de discussão ao longo desta sexta-feira. Pela manhã, os palestrantes enfatizaram as dificuldades encontradas pela população LGTB para acessar a rede de saúde, além da importância de capacitar os profissionais para o atendimento desse público. A definição de espaços de fala para o relato de experiências também esteve em pauta.

Fotos: Gustavo Mansur

      Durante a tarde, o público acompanhou a apresentação da pesquisa desenvolvida pelo professor da PUC-RS, Ângelo Brandelli Costa, que tratou sobre a saúde das minorias sexuais no Estado, com destaque para a evolução das legislações que atendem os grupos sociais e os resultados observados em um estudo com alunos homossexuais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

      Através do modelo de Estresse de Minoria, Costa identificou no estudo que pessoas LGBT podem passar por três casos de preconceito: Sentido (quando sofrem o preconceito diretamente), Antecipado (a pessoa deixa de utilizar a rede de saúde, por exemplo, para evitar sofrer discriminação) e Internalizado (o indivíduo desenvolve sentimentos negativos pela sua orientação sexual). 

“É preciso readequar o currículo das universidades para incluir os homossexuais. Isso vai garantir que os discursos homofóbicos não continuem sendo reproduzidos na academia, como vemos hoje”, destacou o professor Ângelo Brandelli Costa.

      Ao final da tarde, duas mesas de discussão debateram o combate à desigualdade, o favorecimento do acesso da população LGBT aos serviços de saúde e ao tratamento de hormonioterapia e promoção do bem-estar psíquico dos transexuais. 

Veja a programação completa do evento:

Tags

diversidade, rede de saúde, homosexuais

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