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Registro correto dos casos é fundamental para o combate à COVID-19

Dados auxiliam no mapeamento da pandemia no Município. Últimas análises feitas pelo Observatório de Segurança Pública mostram que o número de pessoas que preferem não informar seus dados ocupacionais está crescendo

Por Marina Amaral 05-03-2021 | 12:37:27

Em uma transmissão ao vivo realizada na última segunda-feira (1º), a prefeita Paula Mascarenhas alertou a população de Pelotas quanto à necessidade e importância de realizar a notificação correta de casos suspeitos e positivos do coronavírus, feita nos serviços de saúde. Os dados completos de pacientes, enviados à Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vão desde nome e telefone até profissão e são essenciais para que o Município possa acompanhar o andamento da doença e traçar estratégias para controlar a pandemia. 

A Covid-19 é uma doença de notificação compulsória e imediata, conforme explica a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da SMS, Cândida Rodrigues. Esse registro é feito em unidades, hospitais, laboratórios e serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, quando uma pessoa vai em busca de uma consulta ou para realizar um teste para detectar ou não a presença do vírus, por exemplo.

Toda notificação deste tipo deve ser encaminhada à Vigilância Epidemiológica em, no máximo, 24 horas. Nela, deve constar formas rápidas pelas quais é possível entrar em contato com o paciente, como telefone e e-mail. Todo esse procedimento é determinado pela Portaria Nº 264, de 17 de janeiro de 2020, do Ministério da Saúde. 

A portaria também determina que esse processo seja feito não apenas para casos confirmados, mas também para aqueles suspeitos. “Sendo assim, toda suspeita de Covid e confirmação deve chegar à Vigilância em 24 horas para que sejam realizadas as medidas epidemiológicas necessárias”, salienta Cândida. O objetivo é claro: evitar complicações e mais contaminações. Quando notificado em tempo, a Vigep consegue monitorar os casos, orientar o isolamento dos contactantes e encaminhar para testagem correta. 

No registro, constam dados como nome completo, número do documento de identificação, data de nascimento e endereço. É informado, também, quando o paciente teve os primeiros sintomas, se ele possui alguma comorbidade. Cândida lembra da importância de informar o telefone atualizado, dado fundamental para que o contato entre paciente e Vigilância Epidemiológica seja feito. 

“Se o telefone estiver errado, não conseguimos contato”, explica Cândida. Vale ressaltar que todos os dados pessoais são sigilosos, ou seja, apenas a Vigilância Epidemiológica tem acesso a eles. 

Além dessas informações, uma das mais fundamentais a ser informada é o ofício dos contaminados e suspeitos. O que se tem notado ultimamente, segundo Cândida, é que dados como ocupação e local de atuação não estão sendo informados. Isso deve ser feito, inclusive, pelas empresas, e serve para evitar surtos e certificar se a pessoa está afastada do seu ambiente de trabalho, eliminando, assim, o risco de contaminação.

A secretária de Saúde, Roberta Paganini, relaciona a importância da chegada de notificações de maneira correta com o controle da pandemia. “Se ela (notificação) não chega no tempo oportuno, a gente perde, muitas vezes, um tempo que é precioso para poder tomar medidas para evitar o aumento da contaminação”, esclarece. 

“A notificação é importantíssima para que a gente possa fazer o acompanhamento epidemiológico da pandemia no município e que, a partir disso, se possa traçar as estratégias adequadas e as correções, também, que muitas vezes precisam ser feitas”, completa Roberta. 

O perfil de infectados pelo coronavírus

Através desses dados, também, era traçado o perfil de infectados pela Covid-19 em Pelotas, análise feita pelo Observatório de Segurança Pública e que mostrava as categorias mais atingidas pelo vírus. Enquanto os primeiros relatórios mostravam que aposentados, estudantes, profissionais da saúde e comerciantes eram os mais impactados, os últimos mostram que a maior parte das pessoas não quis informar seus dados ocupacionais. 

O último levantamento levou em conta dados registrados até 25 de janeiro, quando o Município contabilizava 22.113 casos, sendo 56,6% era feminino e 43,4%, masculino. Desses, 3.606 optaram por não informar a ocupação, o que representa um percentual de 16,31%. Os aposentados vêm logo após, com 2.844 casos (12,86%), seguidos dos estudantes, com 2.134 casos (9,65%) e profissionais da saúde, com 2.056 casos (9,3%). 

A maior incidência de casos positivos está entre: 

* Não informado: 3.606 casos (16,31%);

* Aposentados/pensionistas: 2.844 casos (12,86%);

* Estudantes: 2.134 casos (9,65%);

* Profissionais da saúde: 2.056 casos (9,30%);

* Comerciários/atendentes: 1.914 casos (8,66%);

* Donas de casa: 1.221 casos (5,52%);

* Profissionais de transporte: 577 casos (2,61%);

* Administradores/empresários: 560 casos (2,53%);

* Profissionais da educação: 534 casos (2,41%);

* Desempregados: 512 casos (2,32%);

* Construção civil: 490 casos (2,22%);

* Profissionais da segurança: 479 casos (2,17%); e

* Auxiliares e assistentes administrativos: 475 casos (2,15%).

Os 4.711 restantes são: prestadores de serviços, trabalhadores autônomos, crianças menores de quatro anos, servidores públicos, empregadas domésticas, advogados, mecânicos e engenheiros mecânicos, cuidadores de idosos, porteiros, corretores de imóveis, eletricistas, diaristas, bancários, dentistas, farmacêuticas, psicólogos e psiquiatras, contadores, costureiras, pintores, veterinários, técnicos em telecomunicações, babás, nutricionistas, técnicos de informática, músicos, jardineiros, líderes religiosos, fotógrafos, biólogos, pescadores, pesquisadores, economistas e profissionais do ramo alimentício, da indústria, da estética, do meio rural, do esporte, da comunicação, da tecnologia e do porto.

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coronavírus, covid-19, vigilância epidemiológica, notificação, registros

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