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Custo operacional do transporte coletivo gera aumento da tarifa

Durante cinco meses, população foi poupada de pagar R$ 0,30 a mais pela passagem, graças ao subsídio desembolsado pelo Município

Por Tânia Magalhães 01-09-2021 | 14:51:46

Há dois anos sem reajuste, a tarifa do transporte coletivo urbano e rural passará, a partir do dia 5 de setembro, para R$ 4,50. Cálculo da planilha de custos operacionais do sistema, no mês de abril, elevava o valor em R$ 4,30, mas, graças a adaptações e ajustes, a Prefeitura conseguiu manter a passagem em R$ 4,00 por mais cinco meses, subsidiando, para o passageiro, os R$ 0,30 que teria de desembolsar a mais.

A fonte de arrecadação do sistema de transporte coletivo é a tarifa. Mesmo com a quebra brusca de passageiros em decorrência da pandemia, o Município conseguiu, durante todo o período, assegurar o mesmo valor da passagem para os usuários. 

Diesel pressiona

A partir de janeiro deste ano, a alta expressiva do óleo diesel pressionou o sistema ao ponto de, a partir de abril, tornar-se inadiável novo cálculo da planilha de custos do transporte coletivo, incluindo as variações do combustível. A tarifa resultante da operação matemática passou para R$ 4,30. Naquele momento, a escalada da pandemia freava a retomada economia. Em razão disso, a Prefeitura optou por assumir a diferença dos R$ 0,30 e subsidiar o sistema. 

Cinco meses, de abril a agosto, representaram, para o usuário, uma grande economia. O subsídio pago pela Prefeitura, no entanto, demandou um desembolso muito grande dos cofres públicos. A partir deste mês, diante da realidade, não há mais fôlego financeiro para continuar com o modelo adotado durante período de fragilidade e de retomada da economia.

Novo valor

O diesel, que representa 25% da tarifa, e o custo com pessoal, que absorve 52% da passagem, impactam diretamente na planilha de custos do setor.

Nos últimos dias, o Município levantou os fatores para atualizar custos de uma nova planilha tarifária, incluindo os aumentos do combustível e, também, a variação anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que baliza o reajuste dos funcionários do transporte coletivo urbano e rural. Esse Índice não havia sido considerado no cálculo de abril, que projetou a tarifa para R$ 4,30. Com o novo valor, o Município busca equilibrar essas contas e impede a paralisação do serviço, já que os trabalhadores do setor haviam indicado greve. 

Apesar do reajuste, Pelotas se manterá como uma das cidades, entre as maiores do Estado, com valores de passagem de transporte coletivo mais baixos. 

Veja o comparativo com outros municípios

Dificuldades do setor

O secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al-Alam, lembra que, em todo o país, o sistema de transporte coletivo está sofrendo muito em relação à queda abrupta de passageiros. “Hoje, o setor trabalha com cerca de 40% do número de pagantes, além do aumento de usuários não pagantes. Não houve nova edição de gratuidade, mas, mesmo assim, se registra acréscimo considerável de passageiros e de viagens pelos que são isentos da tarifa. O aumento de público nos ônibus não significa maior arrecadação na bilhetagem”, explica. 

Al-Alam pondera que, de julho deste ano em diante, tem sido registrado aumento do número de usuários, mas muito pequeno, ainda, se comparado à quase normalidade da economia. A Prefeitura espera que, com o avançar dos meses, o deslocamento de passageiros pagantes aumente, assim como o Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK), para que a tarifa possa ser mantida por mais tempo.

Entre as alternativas encontradas pelo Município para estimular o uso do transporte coletivo está o acréscimo de horários. “Diariamente, estamos acompanhando o movimento e, sempre que identificamos potencial de demanda, lançamos novos horários”, relata o secretário.

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transporte coletivo, tarifa, reajuste, planilha de custos, subsídio

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