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Orquestra Estudantil Municipal mantém ensaios no isolamento

Alunos praticam em casa, com ferramentas on-line. Professores voluntários ministram oficinas de instrumentos e contribuem para o engajamento

13-08-2020 | 14:47:28

Desde março, quando o avanço da pandemia do novo coronavírus passou a exigir o isolamento social como forma de prevenção à Covid-19, os alunos da Orquestra Estudantil Municipal de Pelotas viram sua rotina de ensaios mudar. A realidade, de aulas semanais no prédio da Antiga Estação Férrea, no Largo de Portugal, e apresentações em eventos da cidade, passou para a adaptação aos estudos em casa, com maior participação da família e o uso das ferramentas virtuais para manter o vínculo com os colegas. 

Professora Lys Ferreira utiliza internet para manter vínculos com alunos da Orquestra Foto: Divulgação
“Estamos vivendo encontros inusitados, ricos e muito proveitosos, junto daqueles alunos e seus familiares, que, de alguma maneira, conseguiram ressignificar a sala de aula transferindo-a para as suas casas, transformando o seu espaço pessoal num local de convívio e aprendizado da música”, conta a coordenadora da Orquestra, Lys Ferreira.

Toda semana, o grupo se reúne por meio de videoconferência, para ensaios, além de manter contato por aplicativos de bate-papo. Os objetivos dos encontros virtuais são manter os antigos alunos envolvidos, absorver a atenção dos novos, e contribuir à ocupação produtiva e saúde mental dos estudantes, afastados de atividades escolares presenciais há cinco meses.

De casa, a Orquestra Estudantil conseguiu participar de duas edições do Festival Internacional de Música em Casa (Fimuca), conhecendo o trabalho de professores e educandos de diversos países.

Saiba mais

Alunos da Orquestra Estudantil Municipal participam de festival on-line de música

Limitação do acesso

Nesse novo contexto, a tecnologia é uma aliada, mas nem todos possuem a mesma qualidade de acesso, por limitação nos celulares ou computadores, ou, ainda, no sinal de internet. Dos 70 alunos, cerca de 40 conseguem realizar as atividades permanentemente. 

“Vejo que todos continuam com interesse, pois mantêm contato nos nossos grupos de bate-papo, mas muitos não conseguem realizar todas as atividades, devido a essa limitação do acesso a celulares ou computadores que rodem os aplicativos de videoconferência”, explica a coordenadora. 

Saiba como ajudar

Pessoas ou empresas que tiverem interesse em ajudar a Orquestra Municipal, pela doação de celulares, tablets ou computadores, usados mas em bom estado, podem entrar em contato pelo e-mail orquestraestudantilmunicipal@gmail.com, ou pelo telefone (53) 98116-1619 (WhatsApp).

Treinos em casa são realidade dos alunos desde março, por conta das medidas de isolamento social Foto: Divulgação

Novos parceiros

Parcerias firmadas antes da pandemia com professores e músicos voluntários, para oficinas, conversas e aulas extras, não se perderam, porém precisaram ser reinventadas a fim de que pudessem ocorrer dentro dos protocolos sanitários de prevenção ao coronavírus.

Renato Popó, baterista, percussionista e professor de música, é um destes novos aliados. No dia 19 de julho, realizou a sua primeira participação na Orquestra, e deverá propor semanalmente atividades on-line aos alunos de bateria e percussão. Popó, além da carreira de músico freelancer, possui experiência como professor em escolas de ensino fundamental, aulas particulares de percussão e atuação em projetos sociais. 

No dia 24 de julho, a professora Lélia Diniz, do curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), promoveu uma aula à qual aderiram todos os estudantes de sopro da Orquestra: flautas doce e transversal, clarinete, saxofone e trompete, somando cerca de 11 alunos, além dos convidados de outros instrumentos.

Violoncelo e flauta

Na quarta-feira (12), eles tiveram contato com o professor de violoncelo Jefferson Martins Xavier, que se dispõe a contribuir com os jovens estudantes de música, principalmente os que tocam violoncelo, instrumento menos praticado, e por isso de mais difícil apreensão pelos estudantes.

Jefferson participou de orquestras juvenis e universitárias no Estado de São Paulo, entre elas a Orquestra de Câmara da Universidade de São Paulo (USP) e a Orquestra Juvenil de Guarulhos. Estudou música no exterior, na Azusa Pacific University, na Califórnia, Estados Unidos, onde teve a oportunidade de se apresentar ao lado de músicos de todo mundo. Atualmente, continua seus estudos na La Sierra University.

Para o dia 20 de agosto, está prevista uma oficina com o professor da UFPel e especialista em flauta transversal, Raul Costa d’Ávila, sobre a importância da postura e respiração, principalmente para os instrumentos de sopro. Costa d’Ávila pesquisa a flauta no âmbito acadêmico, já publicou livros sobre o assunto e foi secretário na Associação Brasileira de Flautistas.

Presente e projetos

O grupo recebeu um presente do professor emérito da UFPel, Ivanov Basso, que compôs uma canção especialmente para os alunos da Orquestra Estudantil Municipal, em parceria com Bernardes Rerrago. A música intitulada “Infância”, para violão e conjunto de câmara, foi criada em junho e fará parte do repertório de apresentações do grupo.

Outro projeto, da Associação de Amigos, Mães e Pais de Autistas e Relacionados com Enfoque Holístico (Amparho) com a Secretaria de Educação e Desporto (Smed), levará a Orquestra Estudantil Municipal a desenvolver atividades de prática musical através do teclado, com a finalidade de preparar os alunos autistas para atuar em conjunto.

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