Hemopel e Santa Casa, principalmente, acenderam sinal vermelho e pedem contribuição. Faltam todos os tipos sanguíneos
19-03-2020 | 14:13:03
Em Pelotas, a crise da doença Covid-19 já afeta os bancos de sangue, diminuindo pela metade o estoque, assim como na maior parte do País. Com a etiqueta respiratória diariamente enfatizada, a população procura manter isolamento e evitar contato social. Entretanto, com essas medidas, aliadas ao medo de contaminação, o Hemocentro Regional de Pelotas (Hemopel) – principal responsável pela distribuição de bolsas de sangue na cidade – e o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Pelotas apresentam escassez.
A recomendação geral é que os cidadãos saudáveis doem nos hemocentros – em contrapartida, aqueles que se enquadram em situação de possível contaminação não se devem candidatar ou participar. “Os processos de hemoterapia já estão adequados. Pedimos para que as pessoas doem durante o período de crise. Não deve faltar sangue em tempos de incerteza”, apela a assistente social do Hemopel, Adriana Souza de Melo.
De acordo com a enfermeira do Hospital Santa Casa, Margareth Noremberg, a redução das bolsas chega a 50%. Em ambas instituições, ocorre queda nas reservas de todos os tipos sanguíneos, principalmente os negativos. Para a segurança dos doadores, Margareth esclarece que a recepção está limitada a cinco pessoas por vez na sala de espera, enquanto outros aguardam do lado de fora. “O foco é evitar aglomerações. A triagem também está mais rigorosa em relação àqueles que estiveram em cidades já contaminadas, ou têm algum sintoma”, explica.
Segundo a profissional, se a população não contribuir e os bancos ficarem desprovidos ou próximos da falta, os repasses de bolsas de sangue ficarão restritos apenas a situações de emergências – o que prejudica a sociedade como um todo. “É preciso que a população se conscientize. A doação é um gesto voluntário, por isso todos devem seguir medidas preventivas e os que estiverem em boas condições físicas não devem deixar de fazê-lo”, enfatiza.